Existe uma divindade praticamente desconhecida por muitos relacionada ao tempo mas, diferentemente do deus Cronos-Saturno, que significa os tempos fechados, ciclos e retornos (Karma), Kairós representa o tempo OPORTUNO, ou o momento do aqui e do agora que escapa das mãos de Cronos e se torna propício ao NOVO.
Tanto que ele é filho de Júpiter, o grande Pai, e que, na Astrologia, vem carregado de dádivas e oportunidades que transcendem de várias formas o Karma ciclico e fechado de Cronos, Saturno.
Na mitologia, Kairós era habitualmente considerado filho menor de Zeus (Júpiter) e da deusa da prosperidade, Tyche.
Kairós era rápido, andava nu e tinha somente um cacho de cabelos na testa. Só era possível agarrá-lo segurando-o por esse topete. Se assim não fosse, seria impossível segui-lo ou trazê-lo de volta.
Kairós era visto na inteligência de Atena, no amor de Eros e mesmo no vinho de Dioniso. Posteriormente, na genealogia dos deuses, parece estar associado a todos eles, como manifestação de um momento específico.
O conceito de Kairós se alinha com as teorias quânticas mais modernas e que, numa compreensão aprofundada sobre o tema, parece localizar e mesmo diferenciar o tempo de cada momento de um tempo já previamente programado dentro de um ciclo.
Kairós, nesse aspecto “quântico” do tempo, seria o AGORA, totalmente indeterminado e carregado de novos potenciais que não poderiam, portanto, serem limitados ou bloqueados por Cronos, o tempo que passa mirando de forma predeterminada o fim do ciclo, para o qual convergem todos os minutos, segundos, dias e anos da nossa vida e da vida de todos os seres e mundos.
Kairós traz a dádiva do novo como quem abre a janela da sua casa e contempla uma paisagem completamente nova e inesperada no cenário do tempo que corre.
Na filosofia greco-romana, Kairós é a experiência do momento oportuno. Os pitagóricos consideravam Kairós como “oportunidade”.
Kairos é o tempo em potencial, tempo eterno e não linear, enquanto Chronos é a medida linear de um movimento ou período. Na retórica, Kairos era uma noção central, pois caracterizava “o momento fugaz em que uma oportunidade/abertura se apresenta e deve ser encarada com força e destreza para que o sucesso seja alcançado”.
Kairós (em grego: “o momento oportuno”, “certo” ou “supremo”), na mitologia grega, é o deus do tempo oportuno.
O termo é usado também em teologia para descrever a forma qualitativa do tempo, como o “tempo de deus” (a Eternidade), enquanto Cronos é de natureza quantitativa, o “tempo dos homens”.
Astrologicamente falando, Kairós se associa ao seu pai, Júpiter, que aplica sobre um mapa todas as oportunidades, dádivas e bênçãos do momento eterno presente que não dura para sempre, dependendo sempre de um estado vigilante de consciência para poder ser capturado e investido, com poder para mudar para melhor todo o status de uma vida marcada pelas sentenças kármicas de Cronos-Saturno.
Kairós é o tempo de Deus, o tempo de Júpiter, o tempo das dádivas que não dependem de karma ou de “tempo” para acontecerem… algo que você só verá daqui a dias, daqui a anos… o tempo de Kairós acontece a qualquer momento, hora, lugar e fase da sua vida, e ele só precisa de uma coisa: sua consciência alerta e vigilante para a sua chegada.
Kairós é aquele tipo de “momento certo e supremo” onde e quando você considera consigo mesmo:
‘Chegou a hora!’
Avalie suas conexões com o planeta Júpiter no seu mapa, este astro que é o contraponto de Saturno em tudo. Ele diz respeito a esse tempo divino, janela que nos conecta com a própria Eternidade de Deus, fonte de toda bênção, dádiva, poder e amor atravessando as camadas grossas e espirais densas do karma cronológico da vida.
Agarre esse tempo como quem agarra o deus Kairós pelo único cacho de cabelo de sua cabeça.
Porque ele não passa duas vezes no mesmo lugar diante da sua vida.
JP em 08.12.2022