É raro, mas sim, quando esse anjo caiu e se tornou um humano comum, apenas esquecido de sua condição de anjo, pecando não por vontade própria mas por esquecimento e conduta desviada da virtude, diferente de demônios, de certa categoria de anjos caídos que estão conscientes de sua queda e decididos no mal que praticam e não desejam redenção.
Estes raramente são perdoados, pela sua própria condição de rebeldia extrema contra a Lei Sagrada dos Anjos, quando todos os códigos são quebrados em função de um orgulho que cegou a sua alma, e uma maldade que secou o amor em seu coração.
Essa espécie de seres é notificada no Apocalipse 6, quando os Filhos de Deus tomaram forma humana e tiveram relações sexuais com mulheres humanas (coisa proibida para os anjos), se tornando então, anjos caídos, e sua prole, os Nefilins (Nefilim, termo hebraico que significa CAÍDOS) então, a espécie de seres encarnados com a assinatura da queda espiritual, a mesma queda apontada no Éden, entre Adão e Eva, criados puros e impedidos de tomar do fruto proibido (o sexo, simbologia do arquétipo da serpente), já que tinham a mesma ascendência dos anjos, os filhos de Deus.
“E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas,
Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.
Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.
Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama.
E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.
Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração.”
Gênesis 6:1-6
Aqui então surgem duas espécies de anjos caídos, aqueles que não cairam tanto na maldade, se tornando meros humanos comuns e pecadores como qualquer outro, esquecidos de sua condição divina original, e aqueles que caíram na maldade de forma voluntária, se convertendo em demônios que assumiram sua maldade conscientemente.
Aqueles primeiros anjos caídos não são demônios, apenas humanos comuns pecadores que não sabem que tem asas partidas dentro da alma. Já os demais são demônios do Inferno, que quebraram suas asas movidos por ódio ao Criador.
Um tipo de coisa que não pode ter perdão, até pelo karma infinito que tais criaturas acumulam, já que se dedicam à praticar maldade e espalhar sofrimento na humanidade há milênios, e o pior, fazer cair na mesma armadilha do inferno outras almas incautas que eles, então, seduzem para o seu lado, o lado das trevas.
Tudo depende do grau em que a maldade e o erro assumiram o controle da alma em questão, porque existe um ponto de irreversibilidade, tal como um câncer que não tem mais cura porque já se espalhou por todas as partes do corpo, destruindo-o por completo.
Existem pontos que podem ser revertidos na consciência.
Quando ela ainda é capaz de se arrepender do que faz de errado.
Algo que é preciso ser sabido.
Da mesma forma que o Senhor dos Espíritos cria os seres celestiais, ele pode destruí-los, quando assumem tamanha maldade e monstruosa rebeldia sem retorno.
Muitos julgam erradamente que a evolução perdoa tudo e corrige tudo, mas está errado. Nenhuma evolução pode obrigar o coração a ser bom ou mau de forma automática.
Isso tem que partir de escolha própria da vontade livre (livre-arbítrio) o que significa responsabilidade perante essas mesmas escolhas.
Sim, determinadas criaturas desse tipo que foram condenadas pela Lei Maior serão destruídas, e Lúcifer é uma delas.
Por isso, tem a pretensão de mover uma guerra nos céus contra o Criador, porque já sabe do seu destino decretado.
Ele, o Anticristo, seu Falso Profeta, e todas as legiões do mal que lhe servem, serão desintegradas no fogo do mais profundo Inferno desconhecido na superfície.
Conclusão
Se todo perdão divino só é possível e cabível diante do arrependimento dos erros, é lógico pensar que seres que perderam todo amor, toda compaixão, bondade, justiça e, principalmente, toda capacidade de arrependimento, se empenhando em fazer somente o mal, trazer sofrimento e espalhar caos e destruição neste e noutros mundos, não podem ser perdoados.
Não porque Deus não queira.
Mas é que a Justiça divina impede que um mal não reconhecido seja perdoado, sob qualquer alegação.
Dura lex
sed lex
JP em 09.03.2023