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Reflexão sobre um “lindo texto herege” sobre Jesus Cristo circulando na Internet

Reflexão sobre um “lindo texto herege” sobre Jesus Cristo circulando na Internet

O texto alega que Cristo não morreu por nossos pecados, apenas por ter sido um homem livre. E com aquele lindo mas vazio discurso, tenta negar o grande trabalho que o Mestre fez pela humanidade, o que consta na própria Biblia e nas páginas proféticas mais importantes do Antigo Testamento.

Esses dicursos de místicos modernos que mal estudam a Bíblia, nem deve abrí-la para estudo, e que adoram lançar controvérsia sobre os seus fundamentos.

Claro que Jesus morreu pelos nossos pecados, quando o seu sacrifício voluntário aliviou o peso kármico na Balança de dívidas da humanidade.

O fato de nos ensinar o caminho e sermos livres, e andar com nossas próprias pernas, sem a necessidade de salvadores, veio em seguida.

Um paralelo para aumentar esse entendimento.

Quando um médico salva alguém de uma doença, ele primeiro remove o problema do corpo, curando a pessoa, para depois indicar a ela o caminho dos bons hábitos que mantem a saúde.

Outro paralelo.
Você certamente deve dar o peixe ao faminto antes de ensiná-lo a pescar, uma vez que o faminto não terá condições de aprender. Primeiro, o médico sana a doença e o servidor alimenta a barriga, para depois tentar passar lições morais e espirituais para direcionar aquela alma recuperada no caminho de sua própria independência, seja mantendo a saúde restaurada do corpo, seja preservando o alimento na mesa com seu próprio trabalho e nunca mais passando fome.

Primeiro, alimente e vista o mendigo, e depois, tente ressocializá-lo na vida normal. Esse é o caminho natural de qualquer missão e ato missionário em prol dos necessitados.

Cristo veio sim nos libertar de nós mesmos, mas o peso dos pecados era tão enorme que, sem essa medida inicial reparadora do sacrifício curativo, as almas humanas já teriam afundado há tempos no abismo, sem qualquer condição de dar o primeiro passo na direção da liberdade e independência.

Primeiro, ele nos resgata dos nossos pecados, e depois, nos ensina o caminho da libertação e de como andar pelas nossas próprias pernas:

“Và e não peque mais!”

Na verdade, seremos sempre dependentes espirituais de forças e seres superiores. Não existe no Universo integrado independência absoluta. Mas trata-se de uma dependência harmoniosa, como aquela que temos em relação à própria natureza, dependentes que somos da luz do sol, do ar pra respirar, da água, dos alimentos da terra, etc.

Essa é a definição de COSMOS.

Muitos doutores da mentira adulteram o que está escrito e ensinado na Bíblia, deformando a imagem de Jesus Cristo como se ele fosse um ser egoísta que só por ser livre (individualmente) e desejar ser livre, foi para a cruz.

Ele já nasceu livre, e nenhum poder da Terra poderia contra isso, e se assim era, por que se deixou aprisionar e ser assassinado senão que por nós mesmos?

Se ele partilhou a sua dor conosco, partilhará também a felicidade da vida eterna, porque ele anunciou que deveríamos também tomar a nossa cruz, negar a nós mesmos (ego) e seguí-lo.

O texto é totalmente contraditório, dizendo que Jesus aceitou a cruz não para pagar pecados, mas como ato de amor.
Amor por quem? Ele mesmo?

Que ato de amor é esse que não vem para justamente cobrir nossos pecados e nos dar uma segunda oportunidade?

O texto é tão narcisista que ainda diz que “quem acredita nisso, tem venda nos olhos”.

Quem tem venda nos olhos é quem acredita no contrário, num Jesus egoísta que morreu por si mesmo, por ser quem ele é, só para provar ao mundo que ele era “livre”. Até aqui, muitos outros homens imperfeitos já morreram e continuam morrendo, pela mesma causa de liberdade, o que não os torna minimamente parecidos com Jesus Cristo.

Esses místicos da mentira sequer consideram o ato glorioso da ressurreição que garantiu a promessa de vida eterna para a humanidade redimida.

Segue o texto


NÃO SE ENGANE, JESUS NÃO MORREU PELOS SEUS PECADOS

A crença de que Jesus morreu para nos salvar de nossos pecados é um pensamento conveniente, mas também limitador. Ela exime o indivíduo de sua própria responsabilidade, colocando sobre os ombros de um ser divino a consequência dos erros humanos. Mas será que essa é a verdadeira mensagem de Cristo?

*(A mensagem central da doutrina de Cristo é que somente um amor tão grande, tão incondicional, o amor de um Deus encarnado por um mundo doente, seria capaz de tamanho sacrifício. E essa mensagem nos convida a sermos como ele em nossa expressão de amor e caridade, renunciando cada vez mais ao nosso desejo egoísta de sermos livres num paraíso solitário – conceito inexistente na realidade do Universo dos espíritos ascensionados).

Jesus foi morto por ser livre. Por ser um revolucionário do amor. Por desafiar estruturas opressoras e expor a hipocrisia dos que usavam a fé como instrumento de controle. Ele ensinava que Deus está em toda parte, que o amor ao próximo e o respeito são as maiores leis. Ensinava que o verdadeiro templo é o coração sincero e que cada ser humano tem dentro de si a centelha divina.

*(Essa descrição relata as consequências do amor e missão de Cristo pela humanidade, não a sua causa principal.
Jesus já nasceu sabendo da cruz. E aceitou o seu sacrifício por amor ao mundo antes mesmo de encarnar. Esse texto distorce com sutileza a verdade. Nunca se enganem: Satanás também sabe se expressar como anjo de luz)

Ele foi morto porque ousou curar, perdoar e acolher sem distinção. Porque deu voz aos oprimidos, dignidade às mulheres e atenção aos esquecidos. Porque mostrou que a fé é um poder interior, não um monopólio das instituições. A escuridão sempre teme a verdade e o amor.

*(Novamente, o autor do texto coloca as consequências da missão de Cristo como fatores de causa da crucificação. Ele inverte o sentido das coisas. Jesus Cristo não foi crucificado apenas por ser quem ele é, mas muito mais, pelo que ele poderia fazer pelo mundo, por cada um de nós).

Os que arquitetaram sua morte pensaram que tudo acabaria ali. Mas a semente estava plantada. Seus ensinamentos ecoam através dos séculos, transcendendo manipulações e dogmas criados posteriormente para manter as massas sob controle.

(*o autor do texto deve encarar a promessa de ressurreição como dogma. Porque não a menciona sequer uma vez, demonstrando o seu abismo de ignorância diante da grandiosa e maior das consequências da cruz).

A elite que o condenou é a mesma que, trezentos anos depois, transformou sua figura no centro de uma religião institucionalizada. Distorceram suas palavras para servirem ao poder político e religioso. Criaram uma doutrina baseada no medo, na culpa e na submissão, ao invés de libertarem as consciências.

*(O medo não existe na consciência sem pecado. A culpa é o sintoma do pecado na alma, da mesma forma que a dor é o sintoma da doença no corpo. Simples, muito simples, e aqui, o texto de novo tenta distorcer o que foi escrito na Bíblia no sentido da necessidade de se reconhecer os erros e mudar a conduta. Livre-se do medo e da culpa, mas não se livre do pecado?)

Mas Jesus jamais pregou servidão. Seu maior ensinamento foi a autonomia espiritual. Ele disse que tudo o que ele fazia, nós também poderíamos fazer. Que somos criadores de nossa realidade. Que o Reino de Deus está dentro de nós. Não nos ensinou que teríamos vida eterna, mas que já a possuímos. Não nos disse que um dia estaríamos com Deus, mas que já somos parte d’Ele.

*(Outra contradição: autonomia espiritual mas somos parte de Deus? Não existe autonomia espiritual, todos somos dependentes de todos no Universo-Deus integrado pelas cadeias eternas do amor. O autor não percebe as próprias contradições de suas definições deturpadas).

Jesus poderia ter fugido da cruz. Ele tinha esse poder. Mas permaneceu. Não como um sacrifício pelos pecados alheios, mas como um exemplo supremo de amor e entrega. Mostrou que, mesmo diante da dor e da injustiça, ainda é possível amar e perdoar. Sua morte não foi um fardo que devemos carregar com culpa, mas sim um chamado à transformação interior.

*(Um pouco de coerência aqui).

Está na hora de tirarmos a venda dos olhos. De reconhecermos a verdadeira essência de Cristo. Ele veio para nos libertar, não para nos aprisionar em dogmas. Ele ensinou a ação, não a submissão. O empoderamento, não a dependência.

*(Quem deve tirar a venda dos olhos é você).

Jesus não é um ídolo a ser cultuado, mas uma consciência de unidade a ser vivida.
Que sua luz brilhe em nós, não pelo medo, mas pelo amor.

*(O autor evita a todo custo declarar que sim, Jesus deve ser amado, o que transforma o amor num culto no sentido de preservarmos essa chama acesa no coração em tempos que as ventanias das trevas sopram com insistência para apagá-la, tal como esse texto, saido de uma mente que ignora totalmente o significado da palavra DEVOÇÃO.
O autor se esquece de mencionar que sim, Jesus Cristo não quer ser apenas imitado, mas sim, SER AMADO. O intelecto não consegue amar a Deus. E esse texto é fruto de um intelecto morto, sem ressonância com as maiores verdades do espírito crístico puro, apesar de suas belas palavras… )

Conclusão
Satanás opera enganos de tal forma que as suas maiores armadilhas virão com laços de flores e não de ferro.

JP em 07.03.2025

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