Por que a Igreja Católica acabou em 1205?
Simples.
Porque, neste ano, Jesus Cristo apareceu a São Francisco de Assis, na Itália, logo no começo de sua conversão, declarando que a sua Igreja necessitava ser restaurada, já que, naquela época e bem antes, a Igreja havia se tornado o mais poderoso e rico braço da Política mundial, movendo os reis e líderes como quem move as peças de um xadrez, segundo os seus próprios interesses, mas que eram declarados como “os interesses de Deus”.
Nada mudou deste então dentro dessa conduta hipócrita da Igreja Católica e suas derivadas protestantes, especialmente em relação ao materialismo vigente destas instituições.
A partir do momento em que o próprio Jesus Cristo aparece para um dos seus mais sinceros devotos e lhe solicita ajuda para uma reforma completa na Igreja, isso significa obviamente que a Igreja na Terra, naquela época e doravante, não mais representava nem a sua pessoa e nem o seu evangelho.
Porque a primeira desconexão que Francisco percebeu entre ambas era que aquela instituição se tornou poderosamente materialista, usando a religião não mais para servir, mas sim, para controlar o povo e até os reis através de toda sorte de intimidação baseada na sua autoproclamada autoridade inquestionável.
Infelizmente, a religião no mundo se tornou tão manipuladora e interesseira quanto a política, a ciência e a cultura global. Mas a culpa maior é da religião, porque ela foi criada com um objetivo original totalmente santo, diferente das outras instituições. Ela era a filha mais velha da civilização, e que deveria mostrar obediência ao Pai em primeiro, mostrando o exemplo aos filhos mais novos.
E no entanto, se tornou a Rameira do Apocalipse, se vendendo aos reis do mundo por interesses sórdidos, matando e perseguindo os verdadeiros profetas de Deus. Quantos destes não foram queimados, trancafiados e perseguidos pela Igreja secular, da mesma forma que os profetas do Velho Testamento, mártires nas mãos dos tiranos que sempre mandaram no mundo?
Desde então, assumindo esse comportamento altamente materialista e político, a Igreja Católica deixou de representar a Igreja celestial de Cristo na Terra. Lugar de Igreja nunca foi na Política, que cuida dos interesses mundanos. A Igreja deve ser uma coluna afastada da Política, e se as duas sustentam o Templo, uma cuida dos assuntos mundanos e materiais enquanto a outra cuida dos assuntos espirituais.
Reza a tradição católica que, por volta de 1205, Francisco de Assis, em crise espiritual, entrou na igreja de São Damião, localizada na cidade de Assis, Itália, ajoelhou-se diante do crucifixo para orar e teria ouvido a voz do Cristo crucificado lhe dizendo: “Francisco, vai e repara minha casa que está em ruínas”.
Em três ocasiões, o Cristo na cruz adquiriu vida e lhe disse: “Vai, Francisco, e repara minha Igreja, que está em ruínas”.
A princípio, Francisco entendeu que Jesus Cristo se referia apenas àquela igreja em ruínas, onde ele teve a visão. Mas com o tempo, percebeu que o pedido de Nosso Senhor se estendia para toda a Igreja na Terra, e que seu alvo era encontrar o Papa para lhe emitir tal pedido.
Até porque, àquela altura, Francisco já tinha a sua Irmandade, cujos votos de humildade e pobreza, em atenção às palavras do próprio evangelho, serviriam de modelo para tal reforma.
Quando Francisco se apresentou diante do Papa do seu tempo, Inocêncio III, este lhe reconheceu de imediato de um sonho que teve:
O sonho do Papa Inocêncio III ocorreu em 1207, dois anos após o chamado de Francisco. Este viu em sonhos que a Basílica de São João de Latrão, a igreja mãe de todas as igrejas, estava desmoronando e que um religioso pequeno e insignificante a escorava com os ombros, para que não caísse.
Este religioso era São Francisco de Assis, pelo que então o Papa entendeu que deveria reconhecer oficialmente a Irmandade Franciscana como um braço ou derivada da própria Igreja Católica, livre para cumprir suas funções na Terra, e desde então, a Irmandade Franciscana não parou de crescer no mundo, reunindo devotos sinceros dispostos a largar tudo, vida material e carnal, para se dedicar ao amor de Cristo e ao serviço missionário, fazendo da irmã pobreza e da irmã humildade as suas únicas companheiras.
Se Cristo declarou a Francisco que sua Igreja estava em ruínas, é porque essa Igreja não lhe representava mais, nem ao evangelho, mas apenas aos interesses mundanos e materialistas de seus representantes hipócritas autodeclarados não em nome de Cristo, mas em seu próprio nome. Uma Igreja em ruínas está destruída, deixou de cumprir seu papel original na Terra.
Assim, temos a oportunidade então de contemplar a face da verdadeira Igreja de Cristo, aquela que ele realmente desejou instalar na Terra, longe, muito longe da aparência das igrejas imponentes e templos dedicados ao materialismo, mas perto, muito mais perto da união fraternal em nome do amor de Deus e do serviço ao próximo.
Porque somos uma grande família original que a verdadeira Igreja de Cristo deve comportar em estado de Fraternidade. Fora disso, religião alguma professa a verdadeira vontade do Pai, mas apenas os interesses dos seus líderes camuflados de interesses espirituais.
Nada de religiosos ricos e empoderados vivendo em templos de ouro enquanto os miseráveis pedem migalhas de pão do lado de fora.
Nada de líderes espirituais se metendo com política e abarrotados de dinheiro em suas contas pessoais, recebendo gordos salários por aquela missão que Jesus determinou fosse gratuita a toda a humanidade.
Mas apenas irmãos humildes e servidores sinceros, aprendendo a viver com o pouco na Terra para merecer o muito da plenitude dos céus. Irmãos que fazem da mãe natureza o seu templo, que adoram da mesma forma o Sol, a Lua e as estrelas, o irmão vento e a irmã chuva, cantando com alegria e devoção o seu amor pela vida abundante que desce do Criador.
Quando tal devoção desperta no coração, ele vai perdendo o seu amor pelo dinheiro, porque redescobre o verdadeiro valor da vida.
Quando pessoas sinceras se reúnem para ajudar o semelhante, podem ter certeza, ali se instala uma pequena Igreja de Cristo iluminando um mundo em trevas. Porque o amor de Deus não se encontra em paredes frias de templos vazios, mas sim, em corações quentes de irmãos unidos pela mesma fé.
Mesmo que a Igreja Católica ainda domine a Terra, todas as suas derivações e desdobramentos que praticam os valores do Evangelho como São Francisco e seus irmãos praticavam, estes sim são legítimos aos olhos de Cristo, conforme o seu pedido de reforma, a reforma da Igreja do verdadeiro amor repelindo toda pose e teatro que escondem intenções materialistas e ambições políticas nos corações de seus falsos líderes.
Se tem alguma Igreja na Terra que ainda merece a atenção especial de Nosso Senhor Jesus Cristo, é aquela que não faz do materialismo e nem da ambição espiritual egoísta a sua meta, mas sim, a comunhão com Deus e o exercício de amor ao semelhante, cumprindo o seu mandamento maior:
“Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”.
1 Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.
2 É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes.
3 Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre.
Salmo 133
O Salmo 133 já falava da verdadeira feição da Igreja, porque Arão era o Sumo Sacerdote, aquele que congregava as pessoas em união fraternal legítima perante Deus.
A verdadeira Igreja que foi chamada de SION, o monte de Deus onde os 144 mil primeiros integrantes se reencontrarão, trazidos de todos os cantos do mundo.
JP em 05.08.2024