Toda crença é estabelecida em estados inconscientes.
Teoria é outra coisa, é lei, é preceito, são teorias e caminhos manipulados pelo homem e, portanto, sujeitos a falhas, a erros de interpretação.
Se a religião se basear na teoria, sempre poderá formar crenças.
Porque a teoria cai facilmente nas mãos de homens inconscientes, que podem confortavelmente distorcê-la a seu bel prazer e conforme os seus interesses. Mas a religião como RELIGARE é outra coisa, é a comunhão, é a experiência direta, é tu e o Pai, é tu e a Luz, é tu e a visão de novas coisas e realidades na simples condição de alma desperta!
Esse RELIGARE é extremamente simples de se compreender, mas homens adormecidos, entupidos de crenças ou de malícia, é que complicam tanto, distorcem tudo, pervertem tudo.
Mas se o espírito humano toma da religião a parte didática que conduz ao despertar da consciência, então fará bem.
Porque religião não é ler num livro ou ouvir de um professor, pastor ou mestre.
Religião é ver com os olhos da própria alma.
Religião é ser com o próprio coração em estado de amor.
Religião real é consciência desperta, que nos integra com o universo de fora, porque abriu o universo de dentro.
Todo o resto são estágios intermediários entre o estado brutal de existência animalesca e o estado de espírito iluminado e livre.
As Teorias espirituais são a ponte.
Pontes podem ser falsas, rotas, frágeis, ou sólidas e firmes para a travessia.
As escolhas é que nos levam para um ou outro ponto do abismo.
O Estado de super-homem divino é a religião prática, real, ideal.
“O Homem é uma ponte suspensa no abismo que liga o animal ao Super-Homem”
Friedrich Nietzsche
Literalmente, está escrito no Evangelho que Jesus Cristo foi um alto espírito (o Filho Unigênito de Deus) que desceu dos céus para ensinar a Doutrina da Salvação.
E terminando-a, voltou aos céus.
O Episódio da Estrela de Belém tem em grande parte um contexto extraterrestre, e em outra grande parte, um contexto simbólico.
Esse é o padrão que define todos os mestres e “deuses” da antiguidade, ou seja, pessoas nascidas sob circunstâncias “celestiais” (estrelas, presságios, sinais no céu), dotados de poderes e faculdades não-humanas, sendo que eles mesmos diziam terem vindo do céu para ensinar os caminhos do espírito ao homem.
Se foram extraterrestres, se foram híbridos, se foram um pouco de cada, isso também parece evidente.
O fato é que todas as grandes religiões do planeta foram escritas e codificadas por mentes de seres ou vindos do céu ou em contato com seres do céu.
De modo que a resposta é SIM: A religião em sua origem veio do céu.
Mas infelizmente sofreu muitas deformações, adaptações e distorções por parte dos humanos, e foram tantas e tão graves que, atualmente, quase nada mais restou em pé.
As pessoas fazem confusão com os termos.
DOUTRINA Espiritual é o que os mestres e seres divinos trouxeram ao Mundo.
RELIGIÕES foram as Institucionalizações das diferentes Doutrinas, estas que têm seres humanos no comando e assumem em quase todos os casos um caráter de manipulação ao longo da História.
A doutrina espiritual é pura e legítima, mas as religiões já foram muito distorcidas, cheias de mentiras e manipulações nas Instituições e os humanos a sua frente.
A única coisa que restou é o vestígio de consciência que cada um mantém em seu coração, aquele altar que é o último a apagar antes que caia a escuridão total.
E é ela, a consciência de cada um, que está a escrever a nova religião do céu… aquela que já está soando nas alturas, por misteriosas trombetas, despertando os que ainda estão com a chama interna acesa…
A melhor doutrina espiritual que existe é a consciência desperta.
E a melhor religião: despertando, você estará consciente para seguir o verdadeiro Mestre e seus ensinamentos.
Dormindo… é que não!
Evidentemente, todas as religiões têm seus erros, suas crenças equivocadas, seus dogmas assumidos com o tempo e a tradição secular, seus institucionalismos e monopólios, deturpações e conflitos. Por definição, se temos O MESMO DEUS, todas as religiões deveriam ser concordantes, e se não o são, alguma coisa está errada.
Quero dizer que nenhuma permaneceu ilesa, nem o catolicismo, nem o espiritismo ou a teosofia, todas as doutrinas cristalizaram suas impurezas ideológicas e equívocos, de modo que o apego a certa religião não é salutar ao desenvolvimento da consciência.
O que temos que ter em mente é que cada religião ou doutrina tem um grande valor em si mesma, porém não absoluto em face do que acabo de dizer. Costumo comparar cada religião a um determinado metal de valor, que está empedrado de ganga *(impurezas minerais) e que de modo algum poderíamos fundir todos estes metais entre si sem antes remover tais impurezas.
O salto evolutivo das religiões mira a aquisição de uma Doutrina espiritual cósmica, sem fronteiras ou nacionalismos culturais, que congrega todas as verdades do espírito numa grande ciência esclarecida, sem mais ter que recorrer à viseira da crença e do dogma porque a mente se tornou pronta para contemplar a luz sem espelhos ou sem véus a cobrir-lhe o esplendor original.
A coisa mais absurda que pode haver são religiões disputando o monopólio de sua divindade tutelar, sendo que Deus é o mesmo e sua Verdade, a mesma luz a iluminar o mundo.
Disputas religiosas são manifestações de uma consciência ainda primitiva, de uma fé ainda por demais embrionária, submissa em excesso pelos desregramentos do ego, esse desfigurador de toda verdade.
Quando isso deixar de ser teoria para se tornar vida real, então teremos alcançado a Religião Verdadeira, porque nossa consciência se tornou pronta para a Sua Lei Maior.
Há outro aspecto interessante a respeito das doutrinas religiosas no papel de ponte para efetuar a travessia entre os estados extremos de consciência, quando de um lado do abismo está o animal, e do outro, o espiritual.
A ponte das religiões assumem então uma dupla função, e se a primeira é a de nos guiar ao espiritual, a segunda, e não menos importante função, é a de conter o animal nativo que habita em cada humano (raiz instintiva).
Contudo, o ego é tão sórdido e maquiavélico que ele sempre consegue encontrar formas de manipular as doutrinas puras e legalizar seus crimes ao perverter o sentido das mesmas em favor dos seus interesses, orbitando em torno da cobiça, poder, mentira, roubo, rapina e depravação, levantando igualmente absurdas ideologias de guerra em nome dos deuses que só existem na sua imaginação doentia e perversa.
Quando o lobo persiste no campo da alma, nenhuma pele de ovelha confeccionada com os fios da melhor doutrina existente poderá escondê-lo por muito tempo.
Mas, depois da difícil travessia, o buscador alcança a luz do outro lado da margem do abismo que está dentro dele mesmo, cheio de feras e escuridão, e encontra a paz.
E nesse ponto experimentará a melhor das religiões, que é o êxtase sem palavras mas repleto da Presença!