Um imenso pedaço de um foguete chinês vai cair de volta à Terra “em breve”, e ninguém pode dizer com certeza onde. O componente em questão é o primeiro estágio do Longa Marcha 5B que foi utilizado para colocar em órbita o primeiro módulo da estação espacial chinesa Tiangong, na semana passada.
Após cumprir a missão, a peça foi descartada em uma órbita elíptica ao redor de nosso planeta, mas a gravidade puxa ela de volta, em uma reentrada descontrolada.
Objetos de pequeno porte reentrando a atmosfera geralmente são incinerados pelo calor gerado com o atrito, mas o primeiro estágio do Longa Marcha 5B não pode ser considerado “pequeno”: ele tem 33 metros de comprimento e 5 metros de diâmetro, pesando 21 toneladas. Isso significa que uma parte considerável pode atingir “algum lugar” da Terra.
Segundo o site SpaceNews, esta será uma das maiores reentradas descontroladas de uma espaçonave, e os destroços têm o potencial de atingir uma área habitada.
Os locais mais prováveis são Nova York, Madri e Beijing, região sul do Chile e Nova Zelândia.
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Considerando que 70% da superfície de nosso planeta é coberta por oceanos, é provável que o primeiro estágio do Longa Marcha 5B atinja um deles. Mas a possibilidade de que ele atinja terra firme, ou uma região habitada, ainda existe: em 1979, um erro de cálculo fez com que pedaços da primeira estação espacial norte-americana, a Skylab, atingissem o oeste da Austrália.
No início de março parte do foguete francês Ariane 44L, que decolou em 1992, reentrou nossa atmosfera sobre o norte do Brasil, gerando uma bola de fogo que foi vista nos céus do Ceará e do Pará, mais especificamente na região da capital, Belém. Não há registro de pedaços chegando ao solo.