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Coronavírus: neandertais e pacientes graves de covid-19 têm gene ‘quase idêntico’

Novo estudo afirma que alto fator genético em pessoas gravemente doentes com covid-19 pode vir de neandertais.

José Carlos Cueto – BBC News

O homem de Neandertal é uma espécie ancestral humana extinta com o qual o homem moderno conviveu. Surgiram há cerca de 400 mil anos na Europa e no Médio Oriente e, na Península Ibérica, extinguiram-se há 28 mil anos. Compartilha com os humanos atuais em 99,7 % do seu DNA

O cruzamento entre sapiens e neandertais pode ter ocorrido várias dezenas de milhares de anos atrás.

Do cruzamento com os neandertais, nossos primos na evolução, os seres humanos herdaram pelos e cabelos mais grossos para se proteger melhor do frio, além de um sistema imunológico mais forte.

Mas também adquirimos genes que nos tornam propensos a sofrer mais com certas condições de saúde.

O último deles poderia ser a covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus.

Essa informação foi confirmada por um estudo conjunto dos institutos Karolinska em Estocolmo, na Suécia, Instituto de Antropologia Evolutiva Max Planck, na Alemanha, e o Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa, no Japão.

De acordo com a pesquisa, um número considerável de pacientes graves com covid-19 compartilha um segmento de DNA muito semelhante ao Homo neanderthalensis.

É “praticamente idêntico”, diz Hugo Zeberg, co-autor do estudo e professor de neurociência do Instituto Karolinska.

Esse segmento genético persiste em cerca de 50% das pessoas no Sudeste Asiático e em 16% dos europeus.

3.199 pacientes participaram do estudo; pesquisa atesta que este é o maior fator de risco genético em casos graves de covid-19

A pesquisa, publicada na revista Nature, estima que carregar esse fragmento de DNA poderia triplicar o risco de hospitalização e agravamento do quadro de saúde após a infecção pelo coronavírus.

‘Praticamente idêntico’
As semelhanças encontradas por Hugo Zeberg e seu colega Svante Pääbo são quase totais.

O grupo genético em questão, encontrado no cromossomo 3, é “praticamente idêntico” ao dos neandertais, com apenas algumas posições diferentes “em um segmento de DNA de 50 mil pares de bases”, explicou Zeberg à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.

O estudo envolveu 3.199 pacientes, principalmente na Europa. Os resultados atestam que este é o maior fator de risco genético em casos graves de covid-19 em que as pessoas foram hospitalizadas.

Vários estudos científicos afirmam que essa herança genética foi produzida por relações sexuais esporádicas entre o Homo sapiens e neandertais dezenas de milhares de anos atrás.

“Todas as pessoas que não têm raízes ancestrais da África carregam cerca de 2% de DNA de neandertal”, explica Zeberg.

Essa herança é especialmente notável no sudeste da Ásia, onde 50% dos habitantes são portadores desse gene. Em Bangladesh, esse número sobe para 63%.

Outros fatores de gravidade

A gravidade da infecção por coronavírus não é determinada exclusivamente pela genética. Outras condições entram em jogo, especialmente a idade dos infectados.

Devemos várias doenças atuais à herança neandertal, mas também um sistema imunológico mais preparado para combater as infecções

Apesar de as heranças dos neandertais serem maiores no Sudeste Asiático do que na Europa — 50% contra 16% da população — “a idade média na Índia é de 27 anos e na Espanha, de 45 anos”, exemplifica Zeberg.

“Há muito mais idosos na Europa do que no Sul da Ásia e outros fatores entram em jogo, como hábitos sociais e a forma como os países respondem à pandemia”, acrescenta o acadêmico.

Na Espanha, há uma média de 69 mortes por covid-19 por 100 mil habitantes. Enquanto isso, na Índia, cerca de oito pessoas morrem na mesma amostra, de acordo com dados recentes da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos.

Devemos várias doenças atuais à herança neandertal, mas também um sistema imunológico mais preparado para combater as infecções

Trilha neandertal

Estudos anteriores examinaram a influência dos neandertais em nossa composição genética.

Várias doenças atuais, como diabetes ou a doença de Crohn, podem ter origem em nossos primos no passado.

Também diferentes mecanismos de defesa com os quais lutamos contra vírus e infecções, conforme apresentado em um estudo da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, em 2018.

À lista do legado dos neandertais é agora adicionado o fator de risco para adoecimento grave por coronavírus, uma descoberta que pode ter implicações positivas no futuro.

“Não por saber a origem do neandertal por si só, mas a associação genética é importante. Pode ajudar na identificação de alvos para futuros medicamentos”, finaliza Zeberg.
BBC News
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Essa pesquisa demonstra como a humanidade ainda está profundamente atada às suas origens primatas, primárias, primitivas… a evolução não nos modificou por inteiro. Ainda carregamos as raízes dos ancestrais primitivos em nossa identidade, suas habilidades e suas fraquezas…

Ainda que a humanidade pense que está evoluindo, o grande paradoxo é que ainda estamos atrelados aos nossos ancestrais primitivos, pelo menos geneticamente falando.

E muitas das nossas doenças modernas, e não só doenças, como também debilidades morais e fraquezas espirituais, podem proceder dessa herança primitiva ainda não transcendida ou transformada em nossa identidade moderna, por uma simples questão de transmissão hereditária de pai para filho ao longo de incontáveis séculos dentro da Roda dos renascimentos…

Espiritualidade implica em tudo, e conforme transformamos a energia da alma atualmente encarnada, essa energia vai, por si mesma, modificando e transformando até mesmo nossas heranças genéticas mais profundamente enraizadas no nosso passado evolucionário, de modo que a libertação da Roda implica num conjunto de fatores coordenados, ou seja, a porção psíquica do presente mudando suas assinaturas ancestrais e seus vínculos com a própria origem do homem inferior, o que se faz necessário na busca do homem superior, acessível para todos através da experiência do segundo nascimento, que transcenderá sangue e DNA porque implanta energia mental renovada, não mais reciclada dos costumes herdados e da nossa identidade ainda atrelada ao que chamamos de Inconsciente Coletivo, onde o Homem de Neandertal ainda vive… dentro de cada Homo Sapiens!

Isso tudo demonstra que a evolução não aperfeiçoa totalmente o ser humano, e que certos traços ancestrais continuarão viajando em nossa identidade genética, por mais que a roda do tempo gire, por milhares de voltas… essa “correção” genética é exatamente aquela parte que a evolução do tempo não faz por nós, mas nós mesmos, através de uma operação consciente que, começando no autoconhecimento, culmina na descoberta de todos os potenciais espirituais ocultos na natureza humana que, manifestados, nos conduzem no renascimento pleno do ser por inteiro, corpo e mente, DNA e valores psiquicos, nos transformando finalmente em um novo ser de Deus nascido e renascido, além de qualquer evolução por fator temporário.

Milhares de anos se passaram e a Evolução não removeu a identidade primitiva e primata da identidade humana moderna. Porque essa parte é a parte que nos cabe. Não à evolução ou à Natureza. Mas ao autoconhecimento que conduz ao segundo nascimento (em vida).

JP em 14.10.2020

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