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Construindo a Arca da Aliança no cérebro

A Arca da Aliança era uma grande caixa de madeira de acácia, totalmente revestida de ouro, por dentro e por fora, e por cima da grande tampa, haviam dois Anjos querubins idênticos, um voltado para o outro, e enquanto uma de suas asas ficava aberta, a outra asa tocava a do querubim-irmão.

Sobre a tampa da arca era gerada uma misteriosa energia que servia de veículo de manifestação do Espírito de Deus diante de Moisés e Aarão, mas esse Espírito nunca falava diretamente, senão que era representado por um elevado Arcanjo, que o Velho Testamento nomeava de Anjo de Deus, ou Anjo do Senhor, e que se relacionam a Miguel ou a Gabriel (Gabriel era relacionado com mensagens importantes de Deus, enquanto Miguel, com decisões importantes de Deus).

A caixa de madeira representa o crânio, enquanto o ouro representa o tecido cerebral, que contém a preciosa energia mental, aquela com a qual nós podemos realizar todo tipo de magia, desde que operemos o grande segredo da alquimia, que não está no corpo ou na sexualidade, mas está na mente, e na energia mental.

Ora, os dois querubins gêmeos representam os dois hemisférios do cérebro, se tocando através de um órgão do sistema nervoso muito importante e um tanto desconhecido dos hermetistas modernos: o cerebelo.

Enquanto os dois hemisférios cerebrais separam as potencialidades da mente em duas naturezas distintas, universalmente definidas segundo o binário elementar ativo-passivo, o cerebelo guarda uma chave perdida de reconexão entre estas duas bandas cerebrais de energias distintas e bastante defasadas em nossa atual constituição psíquica. Mas nem sempre foi assim.

A magia oculta declara que, quando a força vital (instintos transmutados) ascender até a sua sétima órbita vital (localizada precisamente no cerebelo), então uma energia mental andrógina inundará todo o cérebro, chakras e glândulas ali existentes, e uma vitalidade andrógina irromperá em nossos olhos, ouvidos e sentidos, nos dotando de um veículo mental perfeitamente preparado para entrar em conexão com as realidades maiores do Universo.

Claro que esse trabalho não acontece da noite para o dia, ele exige muito trabalho e prática, e suas duas ferramentas principais são o controle da respiração e o uso da palavra criadora, em suas muitas formas.

Porque através da respiração polarizada (o Pranayama) poderemos impor ao cérebro polarizado um ritmo de energias equilibradas que, fluindo do hemisfério esquerdo ao direito, e do direito ao esquerdo, crie um fluxo igualitário entre as duas partes, assumindo então uma natureza andrógina de energia mental que não é predominante nem no aspecto racional e nem no aspecto emocional, nem no aspecto dedutivo e nem no aspecto intuitivo, e nem no aspecto concreto e nem no aspecto abstrato, mas em ambos, exatamente como os dois pratos de uma balança alinhada, partilhando a mesma medida por igual.

O fundamento de toda a magia hermética está aqui.

Faça o Prana ser absorvido em teus pulmões, e esse Prana absorvido irá dar um choque energético no kundalini, na base da coluna vertebral. E esse Kundalini passa a pulsar com força, transmutando todos os instintos animais básicos que se encontram radicados naquele chakra, chamado Muladhara (raiz), e com isso, essa energia toda será convertida em eletricidade nervosa modificada, que irá circular intensamente pelo sistema nervoso, concentrando-se de forma poderosa no encéfalo, gerando intensa voltagem entre os dois hemisférios, como pólos de uma bateria muito carregada.

E quando a função secreta do cerebelo for acionada, então o laço entre os dois hemisférios cerebrais separados e defasados será criado, e aquela energia mental assumirá uma forma e natureza andrógina.

Porque o espírito não é masculino e nem feminino, ele é ambos.

E enquanto nossa energia mental prossiga defasada, em meia banda, ela não poderá entrar em conexão direta com a presença espiritual sempre andrógina, tanto em nosso interior como no universo-Deus exterior a nós.

Esta energia é a pedra filosofal, alvo final da alquimia, e ela começou a partir da pedra oculta, lá nas profundezas do teu corpo, na raiz da vida (cóccix), refinada pacientemente pelos eflúvios respiratórios e pelo poder da vontade controlando instintos.

A Magia começa dentro. E se você não souber ou não conseguir reunir as duas metades de poder dentro da tua própria natureza desconhecida, nunca haverá de realizar esse mesmo magistério com outra alma do lado de fora.

E se existe uma alma-gêmea a tua espera para realizar esse magistério de poder divino nos universos exteriores, ela está esperando pela tua realização interna como ponto de partida.

Até porque, onde quer que ela esteja, ela estará se habilitando na mesma coisa, para que, no dia em que Deus reunir você e ela, ambas possam estar preparadas para realizar no externo tudo aquilo que realizaram no interno, nos ensaios do corpo educado no auto-controle, e da mente educada no auto-conhecimento.

JP em 16.02.2020

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