Os fardos começaram a aparecer nas praias de Alagoas em 2018, sendo a primeira ocorrência no Ceará registrada apenas dois dias depois. Caucaia, Camocim e Aracati foram os primeiros locais no estado. Em Fortaleza, os primeiros pacotes chegaram após cinco dias, na praia do Serviluz. Pesando cerca de 100 kg e identificados um mês depois pelo laboratório do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) como sendo composto por borracha.
Em Pernambuco, as caixas começaram a surgir em outubro de 2018. Seis fardos foram encontrados em Olinda, Paulista e Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. As primeiras duas caixas apareceram no último sábado na praia do Bairro Novo, em Olinda, provocando a curiosidade dos banhistas.
Origem das caixas
O professor Clemente Coelho Junior explicou que a origem das caixas ainda não é certa, apesar dos resultados obtidos em um estudo da Universidade Federal do Ceará. “Através de um modelo matemático de tecnologia reversa na qual, pegando cada ponto onde apareceram essas caixas, esses fardos de látex, [os pesquisadores] chegaram a aproximação de um navio que naufragou em meados de 1944, possivelmente um navio de guerra da Alemanha. Eles relacionaram [o aparecimento das caixas] ao navio chamado Rio Grande, que estaria levando esse material para alguma produção”, contou.
O estudo foi desenvolvido em outubro de 2019 por pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC). A equipe tentava explicar o surgimento de manchas de óleo que surgiram no litoral nordestino, a partir do estudo de dados históricos, físicos e biológicos. Após análise das informações, os estudiosos também chegaram a uma possibilidade para o surgimento das caixas de látex. O material estaria no navio alemão SS Rio Grande, que naufragou na costa do Recife na década de 1940.