A palavra religião é derivada de ‘Religare‘, termo latim que significa ‘religar, unir‘, uma união com algo que transcende o humano, porém ela tem separado as pessoas durante muito tempo.
Todos queremos ser os donos da verdade, mas na maioria das vezes nem ao menos a conhecemos.
Tudo em demasia causa um desequilíbrio. A incessante Guerra Santa é um exemplo do que o extremismo religioso é capaz de fazer, atrocidades são cometidas, inclusive alegando ser em nome de Deus.
Recentemente o Papa Francisco junto com outros líderes religiosos têm realizado conferências a fim de resolver questões de interesse global, como a escravidão moderna e o trafico de seres humanos, além do apelo pela paz entre os homens.
Um projeto social na Zona Oeste do Rio de Janeiro, reúne católicos, evangélicos e umbandistas, em um país de miscigenação religiosa.
Desenvolvido por umbandistas no Rio de Janeiro, o projeto conta com apoio e participação de católicos e evangélicos para atender 130 famílias da zona oeste da cidade.
O local chamado Tenda Espírita Caboclo Flecheiro, recebe os voluntários que precisam cumprir atividades complementares num curso de Assistência Social, frequentado por eles numa faculdade de orientação cristã.
Ao invés de discutir qual religião é certa ou errada, se está perto ou longe de Deus, o grupo se reúne a cada 15 dias para distribuir alimentos, dar orientações como em caso jurídico, saúde e até auxilia a retirada de documentos. Também há palestras educativas sobre como prevenir alguns tipos de doenças.
Enildo Carneiro, líder de uma igreja disse: “Vestimentas não dizem nada. A espiritualidade, sim. É que muitos pastores pegam um pedacinho da palavra de Deus e fazem disso uma imposição.”
A estagiária do projeto, Andreia de Oliveira também comenta: “Antes, eu tinha uma ideia horrorosa dos terreiros. Quando era mais nova, achava que tudo era obra do capeta. É que, na concepção de alguns evangélicos, Deus só está na igreja deles. Era falta de conhecimento minha”.
Parece que nesse momento de união realmente acontece a religião, o ‘religar’, ou melhor, a religiosidade entra em prática.
Se a Verdade é uma, nós meros mortais habitantes de um minúsculo planeta do Macrocosmos podemos estar muito longe dela, e talvez a tolerância religiosa seja um bom começo para conseguirmos encontrá-la.
Há vida após a morte? O que acontece depois? São perguntas que teremos as respostas um dia, mas já que estamos aqui aparenta ser mais viável trabalhar com o tangível, e quem sabe alcançar o intangível quando for a hora certa.
A intolerância religiosa é ignorância perigosa.
Religião não é algo palpável, é algo solto no ar, são ideias, filosofias. Ideias essas que muitas vezes tornam o simples, perverso.
Para quem tem uma religião, comumente o seu intuito é ser uma pessoa do Bem, mas como religião é um conjunto de ideias e preceitos, uma pessoa não precisa necessariamente de ter uma religião para alcançar esse fim, e sim ter uma ideologia ou conjunto de ideias e ideais.
Toda religião tem sua história e seus porquês, e antes de serem julgadas devem ser conhecidas, assim como tudo.
Em 2015 o atentado na sede do jornal satírico Charlie Hebdo foi um exemplo de intolerância. Dos dois lados. A revista desrespeito o Islã, representantes islâmicos não aceitaram serem desrespeitados.
Talvez pudesse ser criado o dia da “Não-Religião e mais Religiosidade”, ou melhor, “O dia do Respeito”. Pela lei básica do bom senso, não há harmonia sem respeito. Respeito ao direito de pensamento livre do outro ser humano, respeito a tudo e a todos, respeito a si mesmo.
Religião, política e até futebol, qualquer opinião que seja contrária é problema para o homem.
Nenhuma religião garantirá uma vaga no Céu, assim como nenhum tênis caro fará você caminhar por lugares seguros.
Como diz uma frase de um grande pensador que um dia viveu no Oriente: “Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo.”