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A Roda Cósmica

Cruzando alguns elementos simbólicos do conhecimento antigo com os fundamentos da Cosmologia moderna, encontrarmos interessantes relações com a Roda Cósmica, chamada Roda do Dharma, de oito raios, associada às leis do Universo e sua harmonia (que o Budismo codificou em seus ensinamentos – o nobre caminho óctuplo).

Mas o alvo desse estudo são as conexões com o Universo, porque essa Roda foi associada à Harmonia Cósmica (o que explica a grande simpatia da numerologia com o número oito).

São dois eixos cruzados, o eixo vertical e o eixo horizontal.

O eixo vertical é ativo, energia e matéria, e o eixo horizontal é passivo, espaço e tempo.

Matéria e energia representam o conteúdo, enquanto espaço e tempo são os suportes dimensionais que abrigam aquele conteúdo, o conceito de estrutura cósmica onde matéria e energia inseridos interagem infindavelmente.

Matéria e energia são tão intrínsecos entre si quanto espaço e tempo.

Espaço e tempo são opostos complementares, da mesma forma que matéria e energia, existindo regras na matemática que regulam as muitas interações entre os polos opostos da Roda, cuja resultante final é o movimento.

E quando olhamos para o universo, movimento é o que nele predomina. Nada está parado, do macro ao microcosmo. Esse movimento precisa ser harmonioso e até previsível conforme as regras da ciência ou mesmo o conceito de Dharma, um estado de elevação de tudo aplicado ao eterno movimento de evolução de tudo, definições que o símbolo da Roda comporta.

Essa disposição do Universo explica porque a CRUZ é o símbolo mais difundido na Terra desde a antiguidade muito anterior à era cristã.

Mas essa Roda tem oito estágios no total, e combinando os elementos da roda entre si, aqueles que dividem as suas quadraturas, teremos quatro derivadas interessantes:

  1. Energia e Espaço criam o conceito de força, ou campo de força.
  2. Energia e Tempo criam o conceito de ciclos, sentido de transformação.
  3. Matéria e Espaço criam o conceito de massa, sentido de estabilidade.
  4. Matéria e Tempo criam o conceito de memória (as informações que a matéria armazena, algum tipo de memória quântica presente nos padrões de repetição universo).

Então, com estas quatro derivadas, contamos oito elementos da Roda Cósmica, que é governada por igual pelo motor central, o fator de impulso de todo o seu movimento.

Esse centro se chama Lei, e podemos interpretá-lo como o conjunto de informações inteligentes e regras imutáveis que regulam os oito elementos da Roda, de cuja harmonia depende o movimento eterno como resultante final do Cosmos.

E comparando com o Livro de 22 arcanos (leis) do Tarot, seu arcano de número 8 significa a Justiça ou a Lei cósmica aplicada. Curiosamente, a Torat, uma palavra hebraica espelhada em Tarot (até como anagrama) significa “leis” ou conjunto de leis.

Ainda conforme a cosmologia antiga, há uma precisa equivalência entre os quatro elementos e as quatro coordenadas principais da Roda cósmica, porque o fogo é o elemento que libera mais energia, e a terra, o elemento que concentra mais matéria, enquanto o ar é o elemento mais expansivo no espaço e o tempo flui como o elemento água (e o ciclo da água é bem ilustrativo aqui).

Teoricamente, quando a Roda se quebra, advém o CAOS.

Nossos antepassados realmente sabiam muito mais do que supomos, apenas expressaram seus saberes com outro tipo de terminologia menos técnica, creditando a tudo uma natureza mística e espiritual como fonte. Esta é a única diferença entre a ciência precisa deles e a nossa, e que a nossa ciência ainda irá resgatar.

JP em 24.09.2023

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