A tecnologia de internet móvel 5G, desejada e temida por muitos, será comercialmente lançada. O novo padrão foi aprovado em junho deste ano e promete uma revolução em termos de velocidade, latência e densidade da rede. Contudo, 180 cientista de 35 países, entre eles o Brasil, se mostram preocupados sobre as consequências desta tecnologia para a saúde humana.
O grupo enviou, em setembro de 2017, uma petição para que o padrão não fosse aprovado de forma tão rápida neste ano. Isso por que o 5G trabalha com ondas eletromagnéticas chamadas de milimétricas. Apesar de ter uma velocidade muito maior que os sistemas antigos, este tipo de onda não consegue “caminhar” por longas distâncias. Isso, de acordo com a petição, aumenta consideravelmente a exposição das pessoas a campos de radiofrequência eletromagnética.
A Scientific America publicou em seu blog que:
“Numerosas publicações científicas recentes mostraram que a EMF afeta os organismos vivos em níveis bem abaixo da maioria das diretrizes internacionais e nacionais. Os efeitos incluem aumento do risco de câncer, estresse celular, aumento de radicais livres nocivos, da&nos genéticos, alterações estruturais e funcionais do sistema reprodutivo, déficits de aprendizado e memória, distúrbios neurológicos e impactos negativos no bem-estar geral em humanos. Os danos vão muito além da raça humana, pois há evidências crescentes de efeitos prejudiciais à vida vegetal e animal. ”
O Brasil enfrenta um empecilho na obtenção de parte da infraestrutura necessária para a chegada do 5G por aqui. Os Estados Unidos pressionam diversos países para que não façam negócios com a Huawei, empresa chinesa que fornece equipamentos para a implementação. Como justificativa, há medo de que a empresa utilize a infraestrutura fornecida para espionar a telecomunicação dos países.
Por conta disso, representantes das principais operadoras do Brasil planejam conversar com ministros específicos sobre o assunto. Dentre eles estão Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Braga Netto (Casa Civil) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).
O principal temor em relação ao assunto está na possibilidade de que essa pressão para restringir a disseminação da tecnologia fabricada pela empresa chinesa possa afetar diretamente o fornecimento de equipamentos e resultar no aumento dos preços por aqui.