A criança interior não pensa, ela sonha, e quando sonha, traz novos pensamentos ao mundo.
A criança interior não trabalha, ela brinca, e quando brinca, fabrica novos caminhos.
A criança interior não duvida, ela experimenta, e na sua experiência, descobre um novo modo de vida.
A criança interior não vive de acordo com a expectativa dos outros, mas de acordo com a própria consciência.
A criança interior não carrega maus sentimentos, e com olhos de espírito, encontra sempre a alegria que afugenta a desgraça.
A criança interior não maltrata seus pais, porque seu coração juvenil compreende o que é o amor sem ter que crescer para isso.
A criança interior não precisa crescer para amadurecer, porque o que cresce nela não é o corpo, mas a alma.
A criança interior não esqueceu a palavra de seu Pai, e quando sorri, reinventa a esperança.
A criança interior sorri todos os dias no coração do adulto vencido pelo tempo.
A criança interior se levanta no peito com o Sol da manhã, nos ensinando como fazer diferente e melhor desta vez quando um novo dia começa.
A criança interior move montanhas porque aprendeu a ter fé também nas pequenas coisas.
A criança interior conhece o idioma de todas as criaturas, porque todas elas reconhecem a boca que fala a verdade.
A criança interior não envelhece nunca, porque ela também aprendeu a brincar com o tempo.
A criança interior vê o Universo não com os olhos, mas com a imaginação.
A criança interior conhece o nome de cada estrela do céu, porque em suas noites de magia, elas são os anjos que lhe fazem companhia.
A criança interior canta e a paz ela alcança;
brinca e o céu ela conquista;
sonha e o mistério ela desvenda;
sorri e o mundo inteiro ela abraça.
A criança interior não vive de perspectivas, mas de contatos com a realidade, e nisso ela investe tudo de si.
A criança interior não vive de aparências, porque faz tudo com a alma.
A criança interior não vive para agradar os outros, mas tudo faz para não trair o seu amor primeiro.
A criança interior é como um raio de luz atravessando a escuridão da maldade humana.
A criança interior não é escrava de conflitos porque não vive em dois estados diferentes: o que ela quer e o que o mundo quer que ela queira.
A criança interior é livre porque resume o seu momento ao simples e puro desejo de ser apenas tudo aquilo para o qual fora criada.
A criança interior não tem religião porque não precisa de súplicas e rogos para viver debaixo daquela Poderosa Graça que ela nunca renegou com seus pecados.
A criança interior não tem pecados porque não tem ilusões, e não tendo ilusões, não tem apegos, e não tendo apegos, não tem vícios. E não tendo vícios, não tem fraquezas que a tornam escrava dos próprios erros.
A criança interior não tem pátria, porque toda a Terra é o seu quintal e todas as raças recebem seu pão por igual.
A criança interior não precisa fazer guerra para tomar o que é seu, porque aprendeu que a partilha é um bem de valor infinito.
A criança interior não tem dinheiro e encontra felicidade na maneira pura e simples de ser que faz atrair do Universo tudo o que precisa.
A criança interior não veste a máscara de hipocrisia dos adultos que, por medo, traíram sua consciência para servir os senhores deste reino de hipócritas.
A criança interior é a melhor parte de nós que vive eternamente diante dos Olhos do Criador, que a criou assim porque a amou e a desejou assim.
A criança interior se ajoelha no santuário do coração, louvando o Nome que é toda a sua vida, o seu primeiro amor como Filho.
A criança interior é uma extensão de Deus dentro de nós, porque o Pai de todos os seres nunca deixou de ser criança também…
JP em 28.02.2023