Não importa se estamos falando do Apocalipse 20 e os argumentos bíblicos, ou o Julgamento de Osíris e a Balança de Anúbis, e ainda, os argumentos do Arcano 8 do Tarot, que ilustra a Justiça Cósmica sob o formato de todos os mesmos argumentos do passado com esta leitura paralela entre si.
Estamos falando que a Justiça Divina se baseia em obras, não em intenções, e que a palavra dita, com poder de semear concórdia ou guerra, já é uma obra considerada, a obra da tua língua.
Dito isto, obra das minhas palavras, analisemos detidamente este signo da Balança, conforme a mitologia egípcia, para ampliar o entendimento de como opera a Lei cósmica, seja sob Osíris ou Javeh, Júpiter ou ANU, a mesma hierarquia codificada em diferentes culturas.
À esquerda, vemos Anúbis, o deus chacal da morte, guardião dos mortos, deus do submundo segundo os egípcios. Ele toca a pluma em pé na Balança. Ele é o aferidor da Balança.
À direita, o deus Hórus, versão Cristo dos egípcios, aquele deus que poderia conceder imortalidade à alma do julgado, se ela recebesse peso favorável na Balança, e esse peso era baseado em duas coisas:
Ações e valores do coração.
No topo, fazendo o papel de fiel da Balança, vemos o Cinocéfalo (macaco com cabeça de cão), um dos símbolos animais do deus Toth, sabedoria e lei, também representado pelo pássaro íbis.
O julgamento se baseia na Lei, e essa Lei não muda diante de ninguém. Se a Balança pesa um rico ou um pobre, um rei ou um plebeu, a Lei é a mesma.
O deus Hórus estende a mão para o fiel da Balança, evocando a sua importância no peso do julgamento.
Uma espécie de prumo pende do Cinocéfalo no alto da Balança, a lei e a sabedoria divina regulam o eixo de equilíbrio da Balança dos julgamentos.
No prato de Anúbis, a pluma das ações, que deve ser leve e branca, isenta de erros e atos que tenham causado dor e sofrimento nos demais.
No prato de Hórus, o coração do morto, quando os valores da alma são examinados.
A relação entre ambos é evidente:
Os valores da alma encarnada são apresentados nas ações da sua vida.
Exatamente como disse Jesus Cristo ao anunciar:
“Pelos frutos conhecereis a árvore!”
Por isso, todas essas culturas se alinham dentro de uma mesma sabedoria convergente.
E embora o fanatismo vigente tente ver religiões em blocos separados, inventando proselitismos que entram em conflito, a verdade é que a sabedoria divina procede de uma mesma luz original divina, e somente as pessoas com consciência livre de dogmas e crenças familiares estarão prontas para um salto de interpretação da sabedoria infinita em todos estes fragmentos espalhados pelo mundo, como um vaso precioso original que o fanatismo das eras humanas enlouquecidas tratou de espatifar.
Temos vivido tempos de uma justiça terrena completamente enlouquecida, seguindo um processo de inversão de valores que ferem de forma direta a sabedoria do Mais Alto, e isso só se explica em função de uma invasão de entidades tenebrosas distorcendo o peso e a medida da Verdade ao atirar o fiel da Balança no lixo, julgando e muito por acepção de pessoa e falsidade de postura, manipulando a sabedoria com palavras vazias, discursos ocos e intenções cheias de argumentação astuta e maliciosa.
Tempos profetizados quando a loucura dos humanos se tornaria sabedoria, e a sabedoria dos deuses, loucura e estupidez para eles.
Nada que haverá de durar muito tempo. Apenas o tempo em que joio e trigo estejam muito bem classificados, não por intenções, mas por ações reveladas sob a luz do Sol, um dos muitos Olhos de Deus em toda parte.
A boa notícia é que os guardiões da sabedoria nunca dormem, e rondam o mudo agora e sempre em busca de todos estes fragmentos para restituir à Verdade manifestada na Terra a sua Face original, para a qual a humanidade nunca esteve preparada até agora.
Somente alguns poucos.
JP em 26.10.2022