De acordo com o professor de astrofísica e físico da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Alexandre Zabot, o fenômeno, chamado de Amas (Anomalia Magnética do Atlântico Sul), é conhecido pelos pesquisadores e base de estudo há décadas.
“Primeiro, é importante explicar que o campo magnético é importante para a proteção do planeta Terra, especialmente de partículas carregadas que vem do sol”, ressalta o professor.
O campo magnético é gerado devido o movimento e alta temperatura do magma. Como resultado, ocorre a liberação de elétrons e gera o campo magnético.
“A Terra tem esse campo magnético que vai pelo espaço e acaba aprisionando partículas carregadas de radiação e geradas pelo sol. Carregadas pelo vento solar, essas elas [partículas] ficam presas no campo magnético, gerando cinturões de partículas, chamado de Cinturão de Van Allen”, complementa.
Apesar da “falha” localizar-se acima de Santa Catarina, Alexandre Zabot confirma que a radiação não acarreta problemas para o cotidiano do catarinense.
“Embora nos deixe expostos, é uma intensidade muito baixa e a atmosfera absorve essas partículas. A maior preocupação fica na questão espacial”, destaca.
Problemas em satélites
O campo magnético auxilia na sustentação dos satélites, um dos grandes responsáveis pelo funcionamento de internet e telefonia, que orbitam pela Terra. No entanto, ao passarem pela região da Amas, elas podem apresentar problemas.
“Os satélites como, por exemplo, o telescópio espacial Hubble pode ser desligado ao passar perto por conta da exposição. Assim como a passagem pela área provoca insegurança e é necessário uma série de cuidados para uma estação espacial”, ressalta o professor.
Ainda de acordo com o professor Alexandre Zabot, a anomalia do Atlântico Sul sofre mudanças com o tempo por conta de mudanças na terra, ou seja, por conta do magma, a atuação do Cinturão de Van Allen e mudanças no sol.
“Sempre estará acima Santa Catarina, mas com variações ao longo do tempo e de séculos”, finaliza o engenheiro.