Apresentação
A Astrologia não é um mero esquema fantasioso de adivinhação. E já existem argumentos científicos muito sólidos demonstrando a relação elementar entre os astros em movimento e a vida em crescimento na Terra. Os antigos já sabiam da influência do Sol e da Lua na natureza e nos ânimos, tanto que os calendários foram criados com base nos ciclos lunissolares.
Mesmo que a ciência não dê o seu aval, todos nós sabemos, a vida prática, da vasta influência que os ciclos do Sol e da Lua, e mesmo os ciclos da Terra, a marcha das horas do dia, produzem em nossa psicologia, a partir da definição do ritmo circadiano:
O ciclo circadiano é o ciclo de 1 dia ao qual estamos expostos. Durante o dia, a luz, e durante a noite, a ausência dela, influenciam o nosso “relógio biológico”, ditando como nosso organismo se comporta no decorrer das 24 horas que compõem o dia no nosso planeta.
Essa seria, ao meu ver, a primeira demonstração simples e direta entre influências planetárias (a Terra) e o ritmo orgânico e psíquico humano (e todas as outras formas de vida). E o privilégio dos seres humanos está em poder capturar de forma consciente estas leis, e procurar caminhos de crescimento interior através delas.
Se assim funciona para a Terra, para a Lua e para o Sol em efeitos de influência constatáveis para qualquer um, funcionará também para os demais astros, como se todos eles compusessem um organismo maior, uma célula cósmica centralizada no Sol e funcionando conjuntamente nos departamentos que cada órbita planetária cumpre dentro desta célula de vida cósmica consciente que interage conosco.
Se o sistema solar é uma pequena célula consciente dentro de Universos maiores, nos humanos somos uma célula ainda menor em sua composição, recebendo alimento e influência da célula solar todo o tempo.
Baseado nestes argumentos, a Astrologia pretende ser uma ferramenta valiosa de autoconhecimento ao exibir as relações precisas entre os níveis da mente humana e as órbitas do organismo solar mencionado, com a prerrogativa de que o ser humano, que já foi chamado de MICROCOSMO, é um perfeito fractal do Macrocosmo solar, com todos os seus planetas em órbitas regulares (cíclicas) simulando relações exatas com as mesmas camadas da nossa psicologia, a começar pelo próprio corpo físico, nossa primeira “camada psicológica” em forma material, regido então pelo signo da Terra (signo Ascendente), onde poderíamos inserir as definições do ciclo circadiano para um entendimento preliminar das funções do signo Ascendente, antes mesmo do signo solar.
Porque a definição do Ascendente se baseia no mesmo mecanismo de 24 horas impresso em nossa biologia orgânica. O signo do corpo, do nosso temperamento vital e personalidade básica construída em cima da nossa relação como nosso corpo físico, envelope da mente, veículo da alma.
Depois, as influências solar e lunar repartem as relações elementares com nosso corpo e estrutura psíquica consciente e subconsciente. O signo lunar é tão importante quanto o signo solar numa interpretação astrológica, porque ambos tem a mesma força de influência, residindo a diferença que o Sol rege nossas percepções conscientes, enquanto a Lua, as nossas percepções subconscientes.
Finalmente, as demais órbitas planetárias do Sistema solar completam a estrutura do nosso plano psicológico em camadas, o que está de acordo com as modernas teorias da Psicanálise. A Mente possui muitas camadas, e a maior parte delas é totalmente desconhecida por nós, e seguem EXISTINDO POR SI MESMAS de modo inconsciente. Essa é a busca do autoconhecimento, trazer a luz o que está oculto.
As camadas do Inconsciente são como o Iceberg submerso, sua maior massa está sob a água, e aquela ponta que vemos acima da superfície, esta ponta é a nossa pequena faixa de percepção consciente.
Conforme os planetas se tornam mais distantes em relação ao Sol no centro do sistema, mais frios e pouco iluminados eles se tornam… o que exibe uma analogia interessante com o modelo psicológico de camadas: quanto mais afastados da percepção consciente aqueles níveis mentais se fazem, mais obscuros e desconhecidos eles se tornam, com tendência de manipular a consciência de forma automática, compulsiva e involuntária.
Planetas mais afastados, de Saturno em diante, são aqueles que, com seus trânsitos, aspectos e influências, nos envolvem em estados subconscientes e inconscientes de psiquismo de indução de ação e pensamento, sendo então importante aprender a abordá-los, a temática astrológica, desenvolvendo a auto-observação e a meditação regular, para seguir abrindo a mente através da auto-exploração para desenvolver percepções latentes que capturem de maneira cada vez mais consciente tais estados de influência cósmica, articuladores distantes da nossa psicologia imediata e submersa ao mesmo tempo, o que significará um maior aproveitamento de seus raios construtores e transformadores no exercício dos movimentos planetários dentro da dinâmica do tempo (ciclos) aplicada sobre as bases da nossa breve existência.
O mapa astral define a nossa identidade psicológica numa nova encarnação, mas são os trânsitos planetários que acionam todos os comandos do nosso destino no mapa inscritos ao girar da Roda do Tempo!
A base desta forma de se abordar a Astrologia como instrumento de autoconhecimento orgânico e psíquico reside na relação intrínseca entre o homem e o Cosmos (nosso Sistema solar como ponto de partida) com todas as suas partes interconectadas a partir do fato de que somos um fractal vivo do Sistema solar, uma réplica miniaturizada sua, cuja manifestação de vida e pensamento ocorre debaixo da influência contínua da Mecânica Celeste, e quanto mais nos apropriamos destas relações de causa e efeito em nossas vidas, mais chance teremos de marchar de forma equilibrada e harmônica diante dos comandos deste relógio cósmico, maquinário celeste nas Mãos do Criador de toda vida e destino.
A Astrologia, em combinação com a análise onírica, se fazem as ferramentas mais eficientes de autoconhecimento disponíveis, ambas articuladas pelo mesmo idioma cósmico dos Arquétipos, comunicação universal existente entre todos os diferentes planos integrados: humano e planetário. Ou o terreno (vida material) e o celeste (princípio espiritual).
Se esse conhecimento possui mecanismos capazes de prever tendências futuras, isso não é de causar espanto, porque, como qualquer relógio, é possível contemplar os panoramas do Universo adiantando-se os seus ponteiros, dada a característica comum de ciclos de repetição em todo o maquinário de rodas que constitui o relógio zodiacal com engrenagem central no Sol.
Essas rodas planetárias em eterno movimento de repetição interagem com a nossa mente em camadas aplicando as mesmas tendências de comportamento repetitivo regulado por instintos e emoções básicas primárias no curso da existência inconsciente de tudo isso.
E se o tempo não existe, e se o passado sempre se repete no futuro de uma forma reeditada (os ciclos são rodas) então tudo o que realmente temos é a porta do Eterno Agora diante de nós, porta essa que nos permite contemplar todas as possibilidades à nossa frente, no status instantâneo da Mecânica celeste nossa de cada dia, para que possamos efetuar as melhores escolhas, aquelas que nos garantam o crescimento da consciência interior.
O Autoconhecimento é o nome desta porta!
Até porque os Astros inclinam, mas não obrigam.
Não obrigam ninguém a abrir esta porta através de escolhas conscientes e justas diante das tendências específicas de cada momento alinhadas com os padrões planetários, tendências como aquelas encontradas na agricultura, tempo certo de plantar, tempo certo de colher…
O que plantar e o que colher no devido tempo, eis o auxílio da Astrologia, quando podemos construir um destino alinhado com a Vontade do Criador operando as engrenagens da Máquina cósmica.
Porém, na omissão de toda alma encarnada neste mundo, que preferiu dormir nas ilusões do que acordar na realidade do propósito da existência material passageira, os astros terão que fazer as escolhas por ela, quando então o Destino, de uma maneira imposta, e não planejada, imprevisível, e não esperada, aplica seus comandos para nos ensinar tudo o que ainda não sabemos sobre a sua própria maneira de agir, porque a Lei do Universo é o movimento, e nada pode ficar parado ou estagnado á sombra das ilusões de cada um…
Afinal, a própria definição de ZODÍACO como o caminho ou via dos animais (ZOO) foi uma maneira dos sábios do passado codificarem todo o nosso percurso de retorno ao Pai (Peixes, o último signo) a partir do ponto de partida (Áries, a descida da chispa divina inconsciente na matéria). Todas as chaves que abrem as portas dessa estrada são ensinadas nos valores de cada signo. Trata-se de um mapa do nosso retorno às estrelas… que ninguém é obrigado a trilhar, mas agraciado pela felicidade e liberto de toda roda são as dádivas de todos os peregrinos cósmicos cruzando cada uma das portas do Templo interior chamado
AUTOCONHECIMENTO!
JP (01.08.2021)