CAPÍTULO VI (Livro II)
Este é o capítulo mais enigmático e difícil de ser interpretado do Livro II, porque contém muitos parâmetros que eu creio somente Judas pode aclarar plenamente.
Judas abre a narrativa do capítulo VI fazendo uma análise metafísica do tempo e do amor nas relações com Deus e o Universo das dimensões (Alto, Baixo e Meio), como vimos anteriormente.
O tempo da decisão, do Momento Presente, do Eterno Agora, este é que será decisivo tanto na situação do segundo nascimento como da morte final (ou segunda morte).
O tempo da ilusão está sempre no passado ou no futuro, mas o tempo da realidade está na decisão consciente do AQUI E AGORA.
Porque, se o Tempo é Escola, o AMOR é o Propósito da Escola.
“Guarda-te bem do chupador que te diga que o tempo é algo inexistente ou que te diga que no amar há pecado ou maldade. O tempo e o amor são poderosas forças que evaporam a água do barro e só deixam a terra que à terra volta” JK
Apesar do tempo que localiza passado e futuro ser realmente uma ilusão, o tempo como escola do Amor do Espírito encarnado é real, e se torna uma janela de mudanças quando as decisões conscientes criam as próprias circunstâncias de transformações positivas no momento presente.
Nesse sentido é que o tempo e o amor se unem no Grande Propósito de Deus para todos os seres vivos imersos em Sua Criação. Estamos aqui para aprender a amar em espírito e em verdade, e esse amor não tem a ver com instintos carnais. É o Amor divino, do qual falou o apóstolo Paulo:
“O amor é paciente, é bondoso; o amor não é invejoso, não é arrogante, não se ensoberbece, não é ambicioso, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda ressentimento pelo mal sofrido, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”
O amor espiritual, o amor sem conexão alguma com instintos e desejos físicos. Ágape, na definição bíblica. O Segundo Nascimento é uma Obra do Amor e do Tempo vivido no Aqui e Agora.
“O Beijo da Princesa Sagrada Sac-Nicté coze o barro por obra do amor do que quer viver, para que não evapore a água. Seu beijo é o fogo oculto do Amor. A ânfora de barro bem cozida para outro tempo, é. No homem de barro, a água é “sim” e a terra é “não”. JK
O corpo mortal é o vaso de barro que um dia se parte e se dissolve no pó de onde veio (Adão terreno) e deixa escapar a água (a alma imortal). O cozimento místico desse barro para que ele se torne ânfora eterna de Deus é o que permite que a água não escorra mais e a vida imortal seja preservada, vida que vem da alma que ocupa o corpo transformado : o alvo do segundo nascimento.
A terra vem do “Em Baixo” (matéria) e a água vem do “Em Cima” (alma, espírito), e na região do Meio, água e terra são misturados no barro que é o homem adâmico, para a escola do Amor, precisando ele saber cozer seu barro debaixo do Calor e da Luz da Mãe Sagrada.
Judas fala em tempo imortal, o tempo que outorga o segundo nascimento, diferente do tempo dos homens comuns.
“Esse tempo é o tempo imortal, tempo do Sol dos sóis. O tempo dos outros homens é o tempo de água, como a água dos Dilúvios. Não são dois tempos nem dois destinos. São o tempo de Cima e o tempo de Baixo que fazem o tempo do Meio” JK
Tempos e dimensões, dimensões superiores, o tempo de cima, dimensões inferiores, o tempo de baixo, e a zona média, tempo do meio, tempo da Terra, da matéria, da escola da vida.
Tempo do Sol, a eternidade. Tempo das águas dos dilúvios, a efemeridade.
“E quem veja pecado ou maldade no amor, quer castrar o Sol, mas será castrado. E não comerá o alimento do Sol, e seus testículos secarão e estará morto antes mesmo de morrer. O Amor nasce no peito do Grande Senhor oculto, o Mui Elevado, que criou o tempo para poder permanecer Eterno e o Amor é o Seu Meio e dá vida ao tempo. Busca em teu coração: qual o teu amor? Para não ser castrado e fazer tua criação viril. Se teu amor é Uno e neste amor incluas todos os teus amores, teus testículos comerão o alimento do Sol.” JK
Nestas passagens, Judas fala de um amor transcendental e amplo que não exclui a sexualidade, mas a sublima. Ele não nega as passagens do Evangelho em que Jesus observa que os Anjos, e os homens chamados ao segundo nascimento (Filhos de Deus) não se casam e copulam. Porém, o que parece importante nessas passagens é que o sexo não seja castrado da alma, mas sublimado, numa forma não mais carnal, mas espiritual, o que nos leva de imediato ao conceito das almas gêmeas e do amor real onde três e dois se fazem um no Coração de Deus.
Inclusive, na página 36 do manuscrito, ele menciona o Eunuco dos evangelhos, e diferencia o amor verdadeiro da paixão de origem física, relacionada ao instinto da reprodução.
Mas trata-se de um mandato interno, e que só pode ser cumprido a quem lhe seja designado, conforme as próprias palavras de Jesus Cristo.
E outra vez, a influência da obra de Gurdjeff nestes escritos é notória.
Realmente, Judas explorou bastante nestas partes do seu manuscrito os estudos de Gurjeff sobre sexualidade, transmutação e tudo isso, porém, sem declarar explicitamente a magia sexual como técnica ocultista, o que o mexicano auto-intitulado Samael Aun Weor faria mais tarde, abusivamente, inspirado pelas teorias de Aleister Crowley, que ele então combinaria com os estudos do citado armênio.
Aquelas linhas que falam de hidrogênios presentes nas secreções sexuais, e como eles se transmutam na série das oitavas musicais, criando corpos “solares”, etc, são projeções implícitas nestes discursos do homem JK.
Porém, não pode haver meio-termo. O Sexo é o instinto mais poderoso que existe. E Jesus deu um claro parecer sobre a auto-castração, o que não significa extirpar o sexo, mas sublimá-lo ao caráter dos anjos, o que resulta na ingestão dos frutos da Árvore da Vida (notando que Judas não menciona em nenhum momento os frutos da Árvore da Ciência do bem e do mal).
Sublimar a sexualidade não é uma questão de rejeitá-la, mas de convertê-la em energia mental, ideal de amor espiritual que não precisa do ato carnal para consumar seu ideal. Muito pelo contrário, sacrifica o que é carnal para alcançar o que é espiritual.
Não é questão de se tornar inimigo do sexo, por dois motivos simples:
A sexualidade é o veículo da vida neste mundo. E a sexualidade física é uma sombra projetada da sexualidade espiritual. Deslocar-se do inferior (o Tempo de Baixo) para o superior (o Tempo de Cima) é transmutar toda a natureza animal em natureza espiritual.
A sexualidade traz um grande símbolo, a Dualidade que se une para gerar tudo o que existe. Mas a Dualidade saiu da Unidade, e a Ela se submete. Interpretar os símbolos sexuais da Cabala, da Alquimia e do Taoísmo não de forma literal, mas como eles mesmos são, símbolos com verdades nem sempre literais.
O Nascido duas vezes come alimento do Sol não só nos testículos, mas no corpo inteiro.
O corpo ressurrecto do Mestre está capacitado a viajar pelas estrelas e ingerir energia de toda fonte de luz.
Alquimia e transmutação eterna
O Sol transmuta a sua matéria em energia por todo o tempo, ele é combustível dele mesmo, bem como as outras estrelas do Universo. Imagine um corpo físico como fonte de energia e combustível de si mesmo? De certa forma isso já acontece no metabolismo celular, porém, precisamos ingerir alimentos para gerar a energia inicial da reação.
Porém, o corpo físico de um ser imortal realiza uma espécie de transmutação eterna como um mini-sol, e por tal razão os antigos deuses eram associados a arquétipos solares, como o próprio Cristo, que ressuscitou na manhã do domingo, dia do Sol. Isso significa COMER O ALIMENTO DO SOL.
O núcleo dos instintos é a base energética da vida física.
Ele promove as transformações energéticas internas para que haja uma fusão entre os sistemas cósmicos, tal como ocorre entre os seres vivos e o planeta (trocas vitais de energia).
O Filho de Deus é um Iniciado solar, suas células se transformam e renascem na mesma medida da Balança igualitária… seu corpo é como um Sol, uma máquina viva de transformação, e sua mente é um farol de luz eterna. Mistérios como este se encontram por exemplo codificados em heróis solares da antiguidade, como Sansão, nome que significa
“ShMShOn, pequeno Sol”.
Na Cabala, o nome Shimshon (Sansão) vale 696, e esse nome equivale ao sumério para Shemesh, o deus Sol.
E curiosamente, a expressão hebraica “Eli Eli Lamah Zabactani”, que Jesus declarou em plena cruz, vale a mesma coisa, 696, o que comporta na Cruz a chave da transformação espiritual e solar do homem mortal em Filho de Deus.
No Universo, unidos, o polo norte e sul do espírito em almas gêmeas se tornam o Grande Instrumento da Alquimia cósmica.
O veículo físico do Espírito, e outros veículos (Sete veículos espirituais) se torna (m) não somente um vaso para conter alma e lhe permitir movimento nas dimensões relacionadas (aos veículos específicos), mas também para a conversão direta de suas fontes de energia, energia dos sóis e das estrelas, como células fotoelétricas vivas do Grande Sol Absoluto, que permite à alma vestida com tais trajes a interação energética e psíquica com o Universo vivo de uma forma direta, sem a necessidade de tecnologia artificial como fazem os Extraterrestres os quais, por mais avançados que sejam, são mortais…
A família dos deuses imortais converte a si mesma em estrela viva em sua própria bio-tecnologia transformada pelos segredos da Alquimia. E o fabrico dos Trajes de Bodas da Alma subentende par, casamento espiritual e almas gêmeas, e por isso tal ensinamento foi associado a Casamento (bodas) no capítulo 2 de João, precedendo imediatamente os ensinamentos a Nicodemus sobre o segundo nascimento, no capítulo 3 de João, em ações vinculadas: as vestes de Bodas servem justamente para vestir a alma renascida e pronta para viver no Reino dos céus!
A Sexualidade
Do Latim VIR, “varão, homem”. Não se trata de cair num celibato estéril, mas de viver um amor puro e santo em todas as suas manifestações, e aos que são casados, que isso não seja esquecido. Para que a luxúria não tome conta da mente e fira de morte o amor que vive no coração da criança interior.
Até porque o celibato pode se desvirtuar para uma conduta efeminada e impura, saindo facilmente da castidade para o estado de perversão sexual, o que infelizmente acontece em muitos mosteiros e conventos… por isso a notificação de Judas sobre a virilidade, para não confundir o celibato da castidade com celibato da inversão sexual, quando ordens religiosas do tipo se tornam berçários de efeminados e pedófilos. Ou se é casto na concepção mais difícil do celibato, ou então se casa. O casamento nunca foi proibido pela Lei de Deus. Mas sim, as depravações sexuais, especialmente em ambiente sagrado.
“Só no Peito do Senhor há Um; depois, tudo anda em três. ” JK
Parte dessas teorias dimensionais de Judas e das camadas do cosmos em número três multiplicado em série crescente, creio, procedem dos estudos de Oupensky, aos quais me parece ele teve algum contato. Uma expansão da teoria da Trindade espiritual numa assinatura repetida cosmologicamente falando, e que alcança igualmente a natureza humana.
O homem de barro (água + terra) é dualidade não conectada. Por isso, o barro se dissolve na morte, e a água escapa outra vez. Mas o homem renascido é o que percebe que, se tudo se faz e só se cria no Três, nessa dualidade desconectada é preciso inserir o terceiro elemento, que é Deus, para que transforme seu vaso de barro em ânfora eterna imperecedoura.
“Quem sabe e vive no querer estar do Grande Senhor Oculto, refaz-se!” JK
Uma cosmologia implicada nestes versos sobre o segundo nascimento. Porque aquele que permanece no dois, permanece na divisão. É preciso se refazer no três para se tornar UM. Equações do espírito solucionadas na Mônada, que envia sua água (alma) para sucessivos corpos (terra) até que ela aprenda pelo AMOR a fazer a ligação do Três, se tornando semelhante ao passo do Universo, que começa no UM (Espírito) e anda de três em três (os níveis dimensionais).
Resumindo:
0.Absoluto, o Zero de tudo. Deus Imanifestado. Origem. Emanação.
1.Espírito, Deus Manifestado, o Verbo (UM). Criação.Plano das Galáxias.
3.Trindade, Espírito e almas gêmeas, o Três. Plano das estrelas.
6.Hexagrama, Seis, a Estrela Macrocósmica, três dimensões de espaço e três de tempo.
A Criação inicia seu movimento e funcionamento.Plano do Sol.
12.Zodíaco, planetas. Mundo Astral-Mental. Ordem Planetária dos mundos.
24.Círculo lunar, relacionado à quarta dimensão.
48.Plano físico, dimensão do homem de barro.
(***)
“Aquele que se refaz… é um pequeno três, um pequeno um. E lhe é possível manejar o quatro, par a poder fazer. Assim, o um e o querer estar do Grande Senhor Oculto, o dois é a água, o três a terra que se aproxima do Sol. Ai tens o segredo da geração e da regeneração” JK.
O Um vem do espírito dentro do homem que sente a atração por estar em Deus. O dois é a sua alma, a água, e o três o seu corpo de terra que se aproxima do Sol para se nutrir de luz e se tornar imortal.
Se aproximar do Sol para lhe ingerir alimento é uma sentença que faz alusão direta ao mistério solar da ressurreição de Cristo, na manhã de domingo, dia do Sol: de alguma forma, a energia solar passa a penetrar de tal forma no corpo ressurrecto que lhe abastece de alimento e vitalidade.
Mistério crístico do Arcano 19, onde vemos as almas gêmeas conciliadas diante do Sol.
Viver a vida na dualidade é existir sem conectar o corpo (terra) com a alma (água) e esse três faltante é o Amor que revela o caminho da Unidade no Peito do Grande Senhor Oculto. Sem Amor, o dois nunca se fará três, até que o corpo tombe na terra e a alma escorra de volta na nascente, incessantes vezes…
A parte seguinte é uma referência ao capítulo 2 de João e a passagem da transmutação da água em vinho nas bodas de Canaã.
Essa é mais uma passagem (bíblica) em que Jesus representa, no milagre, a sublimação da sexualidade no amor espiritual (água para vinho) porque o cenário do milagre foi uma festa de casamento.
Coisa de almas gêmeas, de dois no três que se faz UM, chama violeta, da cor do vinho, etc.
E Judas relaciona esse vinho (da uva, fruto da árvore da Vida) a uma certa árvore sagrada dos maias, com a mesma relação de conteúdo: o vinho da imortalidade (o Sangue de Deus, fonte da nossa vida).
“E, quando exista outra vez o número da nova linhagem dos homens Maya na Sagrada Terra do Mayab, pedir-te-ão uma árvore de vinho de balché, e apresenta-la-ás no alto, e não serás morto e nem lançado fora. A Serpente Emplumada voará. Porque o traje de boda é a vestimenta da regeneração, e é o mesmo que a árvore de vinho de balché. A regeneração é o real caminho de João para o Mayab” JK
O Mayab é o Reino dos Imortais. O Reino de Barbelo, o Reino Jinas, o Reino Oculto. A Quarta Dimensão. Tanto que Barbelo significa, no hebraico-aramaico, “No Quatro” (B.ARBHw), o que faz relação com a dimensão regida pelos Quatro PAHUAS, mencionados a seguir, também chamados BACABS (Irmãos) os quais, na mitologia pré-colombiana, são os quatro Anjos planetários que Deus colocou nas bases do céu e da Terra: e isso admite duas visões correlacionadas:
- Sol-Lua-Vênus-Mercúrio e os Anjos Miguel-Gabriel-Uriel-Rafael, aqueles quatro espíritos ou criaturas querubínicas (Leão, Homem, Touro e Águia) que conduzem a Merkabah, o Carro de Deus.
- Vênus-Marte-Júpiter-Saturno e os regentes planetários, Uriel, Kamael, Zadquiel e Zafquiel.
Estes astros e espíritos se relacionam mais às energias de base quaternária de sustentação do planeta Terra, sendo indicados nas direções cardeais:
Norte (Júpiter), Sul (Vênus), Leste (Marte), Oeste (Saturno)
Parte importante da Mitologia maia envolvendo os quatro Irmãos Bacabs declara que, em todos os finais de ciclo, esses irmãos se reúnem para construir um “Barco” de salvação para a humanidade.
Nos relatos do Gênesis, quatro nomes são associados à Arca:
Noé e seus três filhos, Sem, Ham, Jafté.
A arca é um sistema de energia capaz de abrir conexões com as dimensões paralelas e o reino oculto do Mayab, além dos cumes dos montes andinos, e também sinaliza relação com as bases subterrâneas de Agarthi e das bases UFO.
Nas próximas sentenças, Judas aborda muito essa cosmologia planetária dos quatro espíritos sustentadores da Terra em seus enigmas e códigos.
Balché é o nome de uma bebida fermentada extraída a partir dos frutos de certa árvore. O paralelo com a Árvore da Vida, a Videira que é a vida de Cristo partilhada com o mundo a partir do modelo de Egrégora (pacto de sangue, de amor, como o pacto da Última Ceia, e se a missão dele começou nas Bodas de Canaã, água transformada em vinho, é concluida na Ceia e na Cruz: vinho transformado em sangue, amor de sacrifício que cura, resgata e salva. Mas Judas declara que Jesus afirmou:
Satanás converterá o vinho em vinagre! (sofrimento).
Mas aquele que come desta carne e bebe deste sangue, partilha do meu espirito e não conhecerá a morte! Eis o caminho da regeneração ensinado por João, o depositário da doutrina crística.
“O homem mostra a sua virilidade fazendo obras de amor, não falando do amor que é incapaz de fazer. O Santo beijo da Sagrada Princesa Sac-Nicté é para o Maya viril. Só o Maya viril pode entender a verdade que há Em Cima.. E sua virilidade o leva porque é o corpo vivente do querer estar do Grande Senhor Oculto” JK
Estes relatos podem parecer algo machistas (sempre dirigidos ao sexo masculino), no entanto, não se perca aqui a percepção de que o Eterno Feminino permeia toda a obra de Judas na figura de Sac-Nicté, e que toda mulher casta e espiritualizada é sua face encarnada diante dos “mayas viris”.
No entanto, o Maya viril não é a imagem de um celibe afeminado, mas de um monge determinado nas suas ações de amor, com coragem e determinação. Transmuta seus instintos sempre com o amor do Eterno Feminino na busca pela Verdade, que é o Maior Dom da Deusa.
Ser UM, que é dois, que é três e retorna ao UM é a própria manifestação da mônada espiritual original em chamas gêmeas, que são ainda DOIS e precisam encarnar e aprender sobre o AMOR verdadeiro em laço eterno que se faça TRÊS e permita ao DOIS o regresso ao UM. O UM manifestou o DOIS, mas enquanto o DOIS não crie o laço de AMOR, que é o TRÊS, não poderá regressar ao UM com a consciência do Amor e da Verdade alcançadas na Escola da Vida e do Tempo.
Esse é o magistério do amor muito além do sexo físico. Algo do sexo dos Anjos, além da carne e do desejo, mas puramente feito de vibração de presença um no outro coração.
Esse capítulo VI, o último do livro II (combinando os números 2 e 6, 26, IHVH), focaliza os mistérios das Almas Gêmeas envolvidos em toda essa sexualidade transcendental nada carnal, mas puramente mental, ideal, espiritual.
“O Quatro está em ti mesmo, és tu mesmo se és que vive um EU” JK
O Quatro é o poder assumido pelo Ser TRÊS que se fez UM, conforme a linhagem das dimensões escalonadas (herança dos estudos de Gurdjeff e Oupensky). O poder do Quatro é o poder de criar, de operar a energia sobre a forma, daí o número de Quatro Pauahs ou Bacabs no controle das operações planetárias (os espíritos das quatro direções são mencionados em muitas culturas do mundo antigo).
O Quatro significa a expressão de Poder do Ser TRÊS em UM no mundo da forma, com poder para criar.
O EU mencionado aqui não é a identidade do Ego, e sim, do EU SOU divino, interior e profundo de todo Ser.
“O Espírito disse: EU SOU! SOU DEUS!
Porque o ETERNO, o Mui Elevado, o de uma só idade, quis fazer Descendentes de Sete gerações, e este é o Grande Descendente que contém e mantém todos os pequenos descendentes para que se mantenham entre si. ..
São Sete as suas gerações, desde o Mais Acima até o Mais Abaixo” JK
Essa natureza de ensinamentos de Judas só poderão ser bem compreendidas analisando as influências que os estudos (principalmente) de Gurdjeff e Oupensky produziram nele e em muitos pensadores, esotéricos e espiritualistas da época, incluindo o próprio redator do manuscrito, Armando Cosani, como apontamos em sua biografia no começo deste livro.
Continua na parte 13
Segue o Livro para leitura:
https://ovoodaserpenteemplumada.com/arquivos/o-voo-da-serpente-emplumada-para-leitura-03-04-2010.pdf
JP em 14.04.2020
Veja a parte anterior: