Naquela noite de Quinta Feira, algumas horas antes de ser entregue aos romanos pelos judeus, pelos próprios irmãos de nação, atraiçoado pela pátria onde nasceu e se manifestou, Jesus Cristo celebrou o ritual da Santa Ceia como abertura dos mistérios da Páscoa, que tem na crucificação o seu ápice, e na ressurreição, a sua exaltação final de glória.
São, portanto, três movimentos de uma sinfonia mística a serem apreciados.
1. A Partilha com o mundo
2. O Sacrifício
3. A vitória sobre a morte
A Ceia significa a partilha de todos os dons e graças trazidas por Jesus Cristo com o mundo, a partir da Verdade anunciada nos evangelhos, este que seriam divulgados pelos doze apóstolos que ele elegeu.
Quando Jesus partilha pão e vinho, está partilhando sua carne e sangue com o mundo, quer dizer, sua vida eterna, sua verdade e sua compaixão para com a humanidade, aquela que, perante o Pai, na sua qualidade de Mediador, faria com que muitas almas fossem salvas, redimidas do pecado e resgatadas da morte.
Simbolicamente, quando Jesus divide o pão em doze pedaços e os distribui aos discípulos, ele quis representar a divisão do mundo em partes que os apóstolos cobririam depois com a evangelização.
A partilha do sangue representa a escolha da missão de fé daqueles doze homens, todos martirizados ao longo de sua obra de evangelizar o mundo, e muitos outros depois deles, formando a corrente dos mártires que, assinando o pacto de sangue com a Verdade Crística, se tornaram participantes do Reino anunciado, o qual ajudariam a construir também, quando chegasse a hora da Grande Reunião e ajuntamento das quatro partes do mundo, prenúncio do Arrebatamento.
As missas da Igreja pretendem perpetuar a memória desse ritual, e embora nem mesmo a Igreja católica alcance todas as suas notas de mistério e poder, o ritual anual da Páscoa celebra a Passagem da morte para a vida, do pecado para a santidade, das trevas para a luz do despertar. Porque Páscoa em hebraico significa Passagem, e assim como Jesus passou da morte para a imortalidade, Ele nos ensinou o caminho para nos tornarmos Filhos de Deus ao seguir os seus passos.
O sacrifício da cruz é uma extensão do pacto celebrado na Última Ceia, completando o seu mistério, quando Jesus assume a condição de primeiro mártir da Grande Obra, que seria depois completada pelos apóstolos e uma multidão de cristãos martirizados ao longo dos séculos, enquanto a Igreja confiada a Pedro tentava ser estabelecida no coração dos homens, antes que a sua institucionalização e corrupção no tempo fizesse com que ela perdesse grande parte do seu poder e credibilidade.
Meditemos então em todos estes mistérios a partir desta noite sagrada.
E que a nossa Igreja não seja aquela de pedra, mas o Templo onde celebramos a comunhão do Amor em nossa vida.
Porque onde as pessoas se reúnem em nome do Amor e da Verdade, ali estará a Igreja desejada por Jesus Cristo, na Terra como no céu…
O Segundo Ato da Ópera Pascal
Sacrifício
Só o sacrifício pode renovar a vida.
O Universo se transforma e evolui mediante contínuos sacrifícios.
Sem sacrifício, haveria estagnação e entropia.
São estes sacrifícios que permitem a renovação da vida e o aperfeiçoamento da consciência nas escolas do mundo material, estágios de almas em aprendizado e experiência na direção da Luz em almejada ascensão.
(***)
O sacrifício da raiz se chama folha
O sacrifício da folha se chama flor
O sacrifício da flor se chama fruto
O sacrifício do fruto se chama semente
E o sacrifício da semente se chama raiz da nova árvore.
O sacrifício da cruz se chama LIBERDADE!
O Terceiro Ato da Ópera Pascal
A Vitória sobre a Morte
Quando Cristo ressuscita dentre os mortos, ele resgata a condição humana original de Filho de Deus imortal em si mesmo, condição essa que deseja partilhar com a humanidade que partihe com sua Verdade.
Antes da queda no pecado, que trouxe a corrupção carnal e a morte por efeito, e a prisão na roda das reencarnações, o homem era imortal e puro, criado e preservado à imagem e semelhança do Criador.
Porque no Criador não existe pecado, nem luxúria, nem maldade e nem mentira, e quando essas coisas passaram a existir no coração humano, o selo da semelhança foi perdido e o homem caiu do seu estado de graça.
O valor da ressurreição de Cristo é esse, descer ao Inferno e remover a raiz humana pecadora que ali existia, para poder permitir caminho a todos os que se unissem a essa causa mística ao retorno do Filho de Deus imortal.
O que muitos não entendem, julgando Jesus Cristo a partir da ótica deturpada das Igrejas, católicas ou protestantes, é que o Mestre dos Mestres se tornou o único agente de Deus que funciona como intermediário entre a nossa atual condição mortal e impotente, e a condição imortal e perfeita a ser reconquistada com a sua ajuda.
Porque ele tem poder para isso. Nós só precisamos colocá-lo na prioridade de nossa fé.
Não Aliens, não ídolos modernos, não salvadores das estrelas, não gurus de outras religiões, nenhum deles terá esse poder. Muito de tudo isso procede das legiões inimigas do homem, se disfarçando de entidades de luz, tudo para nos afastar da Verdade de Cristo e do seu imenso poder, que se manifestará com força crescente a medida que os ventos do Fim se tornem mais fortes.
E quando tudo falhar sobre a Terra, e quando todas as esperanças colocadas em outros “deuses” ou poderes mundanos não derem resultado, as pessoas se lembrarão da mensagem da Cruz.
E talvez, nesse dia, olhem com mais amor para o Maior Amor do mundo, tão negado, tão ridicularizado, tão deixado para trás, mas justamente aquele Amor que restará no final, e aquela mensagem da Cruz que será deixada no final, justamente, quando o homem se decepcionar com tudo e se desiludir com tudo o que lhe foi apresentado até agora mas sem qualquer resultado.
E nesse tempo, um grande e inconfundível ÚLTIMO SINAL será dado por Deus aos humanos em estado de crescente confusão e perda de caminhos sobre um mundo cada vez mais confuso e perdido.
Nesse dia, o ser humano compreenderá o tamanho de tudo isso, porque certos agentes da escuridão têm circulado no mundo para lhe fechar o entendimento destas coisas.
De que Cristo, e nenhum outro, é a ponte para o Amanhã, e a única saída e resgate para uma humanidade que já começou a expirar seus últimos suspiros de vida sobre um mundo se aproximando rapidamente do colapso.
Cristo é o caminho mais curto até Deus.
Porque a humanidade vive sem Deus, apesar de pensar o contrário.
Mas os impactos que estão chegando na Terra nestes anos de Apocalipse, colocando todos com medo, tem revelado a Verdade que ninguém quer ouvir: o mundo está sem Deus, e a tendência é que tudo piore.
Estão colocando esperanças em políticos, no presidente, na ciência, na tecnologia, em Aliens, menos em Jesus Cristo. E tudo isso resultará em perda de tempo e frustração.
“Meu Reino não é deste mundo”
Mas quem fizer deste mundo a sua prioridade, não tomará parte da Vida Nova.
Apenas seguirá na direção da morte, e depois, da segunda morte.
Nenhuma ciência, nenhuma tecnologia, nenhum Alien, nenhum ídolo de barro, nenhum guru da nova era, ninguém tem poder sobre a morte. Senão aquele que matou a morte.
Nessa vida, temos que aprender a buscar sempre pelo melhor.
E não há nada de mais excelente e superior do que a Mensagem da Cruz, que é a Verdade eterna capaz de dar Imortalidade e consciência divina ao humano, desde que ele saiba discernir entre o Bem e o Mal.
Sabedoria é a arte de viver as melhores escolhas da consciência desperta.
JP em 09.04.2020