A palavra Graal, etimologicamente, vem do latim tardio “gradalis” ou “gratalis”, que deriva do latim clássico, “crater”, vaso.
Sagrando a última reunião entre seus seguidores, a ceia feita por Jesus Cristo foi conduzida por uma liturgia que marcou a história do cristianismo. Utilizando de um cálice cheio de vinho, a narrativa bíblica destacou o momento em que Cristo consumiu a bebida e repassou o utensílio para seus outros seguidores. Morto no dia seguinte, o fundador da religião cristã deixou um cálice que desperta o interesse de curiosos por mais de dois milênios.
Conhecido como o Santo Graal, o cálice utilizado por Jesus Cristo é diariamente simbolizado nos rituais da eucaristia católica. No entanto, as lendas do Santo Graal nem sempre fizeram referência ao copo utilizado por Jesus. Alguns relatos dos primeiros séculos da era cristã faziam referência, por exemplo, à tigela usada para cortar os pães como sendo a tão afamada relíquia. Outras lendas sugerem que o Santo Graal foi uma vasilha onde um seguidor cristão teria recolhido parte do sangue de Jesus durante a crucificação.
Ao longo dos anos, outras histórias ainda permeavam o imaginário cristão quando, por volta do século XII, um escritor francês chamado Chrétien de Troyes designou com o nome de “graal” um utensílio de mesa utilizado por Cristo. A importância dada ao relato francês é dada por conta das referências bastante limitadas no texto bíblico. No evangelho não existe nenhum tipo de citação especial aos copos, talheres e vasilhas utilizados na Última Ceia.
De acordo com alguns estudiosos da Antigüidade e de alguns medievalistas, a falta de detalhes do texto bíblico original incentivou muitos a reescreverem a trajetória humana de Cristo. Nos chamados textos apócrifos (ou não-oficiais) há uma riqueza de detalhes bastante diferente da contida nos evangelhos originais. Entre eles destacamos o Evangelho de Nicodemos, onde se registra a narrativa do recolhimento do sangue de Cristo e a perfuração de seu tórax pela “Lança de Longino”.