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O Céu, a Terra e o Espírito primordial na Cosmologia Egípcia (chaves da viagem astral)

O Céu era representado pela deusa Nuit, a Noite, enquanto a Terra, pelo deus Geb.

Nut (também Neuth ou Nuit) é a deusa do céu na mitologia egípcia. Ela simboliza a esfera celeste e era tida como a mãe dos corpos celestes.

Geb é o deus egípcio da terra, sendo considerado também deus da morte, pois acreditava-se que ele aprisionava espíritos maus, para que não pudessem ir para o céu.
Muitos obeliscos egípcios são símbolos fálicos ligados ao deus masculino Geb, a Terra, os quais, tocando o céu, geravam todas as coisas no útero-espaço da Mãe Nuit.

Em outras cosmologias, o céu também era feminino, como a deusa Urânia, e o céu das nove musas, e ainda Urano, o deus andrógino dos primórdios da criação, segundo os gregos.

Geb e Nuit geraram vários deuses egípcios, como Osíris, Isis, Néftis e Seti.

Shu é o deus egípcio do ar. Shu e Téfnis geraram Geb e Nut.
Note que Shu, o ar (atmosfera) liga o céu e a Terra, numa interpretação precisa da visão dos astrônomos antigos, que acreditavam que os corpos celestes se moviam acima da atmosfera.

Shu sustenta os céus com seus braços.
Shu era o ar, o espírito, que gerou todas as coisas, céu e Terra e tudo o que neles existe.

Não difere da literatura bíblica do Gênesis, quando o Espírito de Elohim criou, da mesma maneira, os céus e a Terra.

Isso significa que o Espírito (representado pelo ar naquelas cosmologias, o sopro e respiro que dá vida aos seres) era uma entidade anterior e incriada.

Shu também representa o espírito fluindo entre o corpo físico (Geb, a Terra, a realidade material) e o plano astral (mundo estelar, celeste, Nuit).

A imagem de Shu também ilustra a viagem astral como forma de alcançar a morada celestial dos deuses, o que era uma necessidade para as almas que, mesmo com vida física, desejavam saltar níveis de evolução consciente.

Viajar pelas estrelas em consciência de corpo astral era um conhecido privilégio da alma humana encarnada, não só descrita como ensinada por aqueles povos e suas riquíssimas tradições espirituais, todas elas sendo reeditadas pelos místicos modernos alegando novidade.

Nenhuma novidade!

O caminho ilustrado nesta bela página da mitologia egípcia é que toda forma de vida e realidade material devem ascender naturalmente para sua dimensão de origem, que está na consciência astral que todos os seres vivos partilham com os astros, já que todos possuem uma origem comum.

Anterior ao próprio céu e à própria Terra quando só havia o Espírito se movendo sobre as águas primordiais… antes do solene momento de proferir FIAT LUX e trazer tudo à Luz…

JP em 27.02.2023

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