Sabe, quando você ama tanto uma pessoa que aceita ficar com ela seis meses no inferno onde ela está, para que ela fique os outros seis meses no céu contigo?
Sabe, esse amor tão louco que é capaz de abandonar o seu paraíso para tentar resgatar do inferno aquela alma que já não pode mais lutar sozinha, a quem você tanto ama?
Amor de redenção, esse amor que as histórias, os mitos e os contos antigos associam aos deuses… seis meses no céu, seis meses no inferno.
Os mitos gregos relacionam essa situação entre a deusa Perséfone e sua mãe, Ceres, e entre os irmãos gêmeos Castor e Pollux…
O Drama das estrelas, o giro das estações, cosmologia dos ciclos, renovação da natureza, descer para subir, morrer para renascer, perder para ganhar, não importa o sentido do símbolo declarado…
O que importa é que o verdadeiro amor é capaz de tudo isso e muito mais.
Demonstrando que ele vai muito além da vida… o Amor de ruptura, o Amor de transcendência, o Amor do Impossível, o Amor que realmente abala todas as estruturas humanas, nos retirando do lugar comum da vida e nos oferecendo asas para voar muito além de todos os limites que cercam a vida dos seres sem amor…
O Amor que reconstrói toda a nossa vida à imagem e semelhança da perfeição…
E você… já amou assim?
E você… seria capaz de amar assim?
Acima do céu e do inferno?
Renunciar ao seu paraíso para ajudar quem sofre no inferno?
Amar e se importar tanto com alguém ao ponto de se colocar em seu lugar, e cumprir qualquer sacrifício?
Se não é capaz, então você ainda não sabe o que é o Amor…
Porque este é o único Amor capaz de nos transformar em deuses!
Porque já não é você, humano, amando assim, sozinho… é Deus amando junto, em alguma parte do seu coração!
“Não sei se a morte é maior que a vida… eu só sei que o Amor é maior do que ambos”
06.11.2019
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Tenho que amar primeiro a mim mesmo para poder amar o semelhante?
Eu não diria amar “Primeiro” a mim mesmo, mas amar paralelamente ao próprio amor dentro de nós mesmos.
Quanto mais voce ama a si mesmo, mais sente a necessidade de refletir esse amor ao redor.
Não existe o amor a mim mesmo como ponto de partida do amor.
Na verdade, o amor não tem ponto de partida ou chegada.
Ele acontece simultaneamente em todos os corações ligados ao seu abraço.
Se alguém ama realmente a si mesmo, é porque também já ama ao redor, por ação paralela e reflexiva do próprio amor que tem dentro.
Se alguém ama realmente a si mesmo, é porque já tem um grande amor lá fora lhe impulsionando a ser uma pessoa melhor.
O amor por alguém realmente é o que nos impulsiona em tudo, a nos transformar em um ser melhor.
Por isso, o amor não tem ponto de chegada ou partida.
Ele acontece simultaneamente em todos os corações ligados pelo seu abraço.
Se o Amor está acontecendo em um coração, é porque ele está maduro e preparado para abraçar muitos corações.
São ações paralelas de um mesmo Amor Maior sobre todos nós: Deus.
O paraíso não tem sentido na solidão.
Nem paraíso seria… seria confinamento.
Um coração que não partilha o que sente está confinado.
O Amor exige partilha. É a sua condição de existir.
Jesus estabeleceu essa condicional do amor ao dizer:
“Amai ao próximo como a ti mesmo!”
Ele não localizou ponto de partida da ação do amor…
Isso é o que se chama Amor Incondicional!
Amar primeiro a mim mesmo já seria uma condição imposta ao amor…
JP em 06.11.2019
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