Jesus e Madalena eram casados?
Não.
Madalena foi uma discípula de Cristo que se converteu de muitos pecados pelo toque do seu amor (como a maioria dos seus discípulos, já que nenhum deles era santo e puro, exceto sua Mãe Maria).
Como muitos outros apóstolos que foram remidos por Jesus ao se arrependerem (o caso de Mateus, chamado Levi, que era cobrador de impostos, a serviço dos ladrões de Roma).
Jesus Cristo praticou sexo com Madalena?
De modo algum.
O grande equívoco é que a humanidade moderna bestializada não consegue mais separar amor de sexo, e toda forma de amor está sendo condicionada a desejo sexual.
Nem as personagens bíblicas estão escapando desse procedimento anômalo da humanidade.
Essa é uma tentativa moderna de tentar humanizar a sua identidade, colocando-o como homem comum, sujeito às mesmas paixões do desejo humano.
Jesus já vivia nas escalas do amor puro e incorpóreo, e é absurdo tomá-lo dentro dessas representações modernas que romantizam a luxúria, o pecado original, que ele tanto combateu ao ensinar ao mundo o amor de transcendência e sacrifício, que ninguém quer.
Porque a humanidade se tornou escrava do prazer físico, o que a torna incapacitada ao sacrifício.
Deus foi transformado num balcão de negócios, num realizador de desejos, num doador de prazeres infinitos.
Até aqui chegou a consciência babilônica da Rameira.
Até porque os evangelhos declaram expressamente que seus ensinamentos determinavam aos discípulos a prática do celibato, ou o modelo dos eunucos espirituais em busca da criança interior (mas ele mesmo observa que era um mandamento para poucos, já que a maioria das pessoas não consegue viver sem sexo).
Mandamento destinado apenas aquela classe reduzida de seres humanos já preparada a descartar o vínculo com paixões humanas e todo apego aos prazeres físicos, por exemplo, praticando jejum (contrário ao prazer da gula), meditação (contrário ao prazer da preguiça do sono prolongado) etc.
O que Madalena representou para Cristo?
Certamente que pelo fato de Jesus ter aparecido ressuscitado pela primeira vez a ela, isso marca uma espécie de predileção do mestre pela discípula que mais o amou entre suas discípulas (o que não inclui a Virgem Maria, sua mãe, amor sem comparação).
E com certeza, ela deve ter realizado missão como discípula de Cristo, como tantos outros.
O problema é a tentativa de muita gente tentar SEXUALIZAR A CONEXÃO entre Jesus e Madalena.
Porque se Madalena foi a discípula que ele mais amou, João evangelista foi o discípulo que ele mais amou, sem a necessidade de sexualizar o sentimento envolvido, já que ele fluia nas escalas mais elevadas do amor espiritual que essa humanidade totalmente sexualizada não consegue mais captar e compreender.
Que Jesus e Madalena tenham representado, afinal, uma imagem do casal divino, até aí, tudo bem, porque à luz do espírito, almas gêmeas praticam o amor puro sem a necessidade de conexão carnal.
Por isso, Jesus disse expressamente à Madalena, quando surgiu dos mortos diante dela:
“NÃO ME TOQUE, porque ainda não subi ao Pai.”
O grande erro das teorias modernas é enfiar casamento e vida sexual ao currículo espiritual de Cristo, tentando à força transformá-lo num homem comum, sujeito às mesmas paixões que arrastam a humanidade dentro daquela roda ou matrix chamada sexo e que controla o pensamento de todos, mais do que qualquer outra coisa.
A tal ponto que a humanidade moderna, controlada por ele, tenta sexualizar tudo, até o amor entre Cristo e Madalena.
E já sexualizaram até o seu amor por João.
Jesus tentou ensinar ao mundo o amor espiritual que a humanidade já possuiu em seu coração no passado, quando eram todos Anjos e Filhos de Deus, não mais escravizados pelo desejo sem fim, sede que água nenhuma sacia.
Maldição da alma que o ego bestial atualmente celebra como felicidade e amor…
E justamente por se agarrar tanto a esse desejo sexual e torná-lo como entidade absoluta, o ego humano não consegue mais contemplar as maiores dimensões do amor e da felicidade no domínio dos espíritos ligando duas almas perfeitas que transcenderam em seu laço eterno toda e qualquer sombra de desejo impuro, residindo aqui a sua identidade divina.
É com essa consciência profundamente sexualizada que algumas pessoas pretendem mesmo conhecer a grandeza do Amor Divino e por ele ser resgatado do Inferno?
“Deixai vir a mim estas crianças, porque delas é o Reino dos Céus”.
JP // Tô no Cosmos
JP em 08.02.2023