
A grande obra da humana Virgem Maria
Quando falamos, pensamos ou compartilhamos material sobre a entidade MARIA, imaginamos uma divindade elevada dos céus se manifestando em nosso tempo e ao longo de dois milênios em defesa da Igreja cristã, deixada pelo seu Filho na Terra, como uma guardiã por ele levantada até o dia do seu retorno a este mundo para a grande colheita.
Contudo, a humana Maria era (e ainda é) uma mulher extremamente simples e humilde, e se existe grandeza em sua personalidade real, essa grandeza foi a de se submeter à vontade do Pai, de corpo e alma.
Aqui falamos de arquétipos.
Maria resgatou no Cristianismo o arquétipo da DEUSA ou face feminina de Deus, corrigindo o erro doutrinário que encara Deus numa figura exclusivamente masculina, o que produziu o tal patriarcalismo religioso nas religiões monoteistas.
Jesus Cristo também encarnou o arquétipo do FILHO, desdobramento do Pai-Mãe encarregado de criar o Universo (o Verbo).
Maria encarna e representa o arquétipo da Mãe Divina, Mãe Cosmos do Verbo Criador, o Filho, que vive e se alimenta Nela em escala cósmica e universal. Aquela que dá luz aos mundos a partir da matéria prima fecundada pela Palavra de Deus. São ensinamentos e conhecimentos que transcendem e muito as religiões com suas personagens humanas, cujo valor está exatamente aqui, o valor de representar tais forças e principios universais, não importa qual seja a religião e que nome seus deuses recebam.
A Deusa, a Força Materna do céu e da Natureza, existe em muitas religiões antigas, mas foi suprimida do monoteísmo que, em vez de objetificar um Deus plural e andrógino, lhe deu feições masculinas e até machistas, o que causou desequilíbrio entre os gêneros e muitas injustiças ao longo dos séculos.
Mas sabemos que a virtude de Maria reparou o pecado de Eva, e que as faltas de Adão foram pagas por Jesus na cruz.
Então, como pessoa humana, a Virgem Maria é um ser muito simples, de aparência comum, e sua grandeza não reside na sua aparência ou personalidade requintada, mas no grau de consciência, amor e devoção que a capacitaram nessa grande obra: refletir ao mundo a Face Mãe de Deus tão negligenciada pelas religiões dominantes.
Esse é o grande link das religiões e doutrinas, conectar o humano ao divino, o grande ao pequeno, através do conceito dos arquétipos atuando no plano da mente coletiva, onde ganha força para atuar sobre os indivíduos em particular.
Através dos arquétipos encontramos as pontes de ligação com a dimensão infinita dos conceitos e valores ensinados pelas religiões e doutrinas.
Cristo e Anticristo são arquétipos coletivos que também podem ser encarnados por indivíduos.
Como a Mãe divina, e seu arquétipo mais elementar é chamado NATUREZA, mãe de toda vida. O Cosmos é outro arquétipo em escala ampliada. Seu ventre é o espaço, e seu parto é toda e cada luz brilhando no infinito.
Por mais que os protestantes protestem, não adianta brigar contra a própria Bíblia que eles pouco entendem:
“Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança.”
Deus então é homem e mulher ao mesmo tempo, guardando semelhança com o seu Criador.
Afinal, como poderia haver um FILHO sem uma MÃE, se tal como é embaixo, é encima, e vice-versa?
Uma mente um pouco mais aberta e uma pitada de inteligência e bom senso nos dão a certeza dessa verdade. O fanatismo é o que emperra a consciência espiritual de atuar, colocando crenças fossilizadas na pedra da ignorância em seu lugar.
No feriado da Padroeira do Brasil (e olha que coisa, o termo padroeiro vem de pai) vamos meditar na Virgem Maria também como uma pessoa como nós, que tem muito o que nos ensinar, curar, guiar e exemplificar nessa difícil tarefa de nos tornarmos cumpridores integrais da vontade do Pai.
E da Mãe.
Porque sem Mãe, não teríamos o Filho.
Nem o Cristo Jesus Salvador.
Nem o Verbo criador do Universo que Jesus Cristo representa, como arquétipo.
Maria, tão humana em sua melhor parte e, por isso mesmo, se fazendo tão divina, de tal forma que o próprio Infinito a elegeu e a moldou para representá-lo nessa parte tão linda e essencial do Universo chamada MÃE… essa Mãe que abraça ao mundo inteiro agora, Mãe que não escolhe filhos por cor, raça, credo ou religião.
Mãe que simplesmente ama, incondicionalmente.
Esta é a missão da Virgem Maria neste momento.
Salve Maria!
O termo “arquétipo” tem origem no grego archétypon, que significa “modelo original” ou “primeiro molde”, e se refere a um padrão ou modelo primordial. Carl Gustav Jung popularizou o conceito na psicologia para descrever padrões universais e inatos do inconsciente coletivo, como o Herói, a Grande Mãe, o Mestre, o Inimigo etc.
JP em 11.10.2025







